Modelagem em argila é usada como estímulo para educação científica na escola

Pesquisa de mestrado desenvolvida em parceria com o CDMF aplicou oficinas de modelagem em argila para alunos do ensino fundamental em Catalão-GO

Modelagem em argila é usada como estímulo para educação científica

A pesquisa em educação é uma das importantes frentes de estudo desenvolvidas no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), financiados pela FAPESP. Desde a década 90, a equipe de pesquisadores do Centro desenvolvem pesquisas no campo experimental, aplicando em escolas e comunidades projetos que tragam um ensino mais lúdico e atrativo.

Um trabalho de mestrado intitulado “O ludo e a ciência dos materiais cerâmicos: Construindo conhecimento científico com alunos do Ensino Fundamental” desenvolvido na Universidade Federal de Goiás-Regional Catalão (UFG-RC), em parceria com o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), produzido pela aluna Eloah da Paixão e orientado pela professora Maria Fernanda do Carmo Gurgel, levou aos alunos do ensino fundamental do Colégio Nacional “Dr. Jamil Sebba”, em Catalão (GO) a modelar a argila com a finalidade de transmitir conceitos sobre ciência de materiais.

A professora Gurgel explica que a pesquisa tem como foco trabalhar no ensino fundamental o conhecimento científico vinculado ao conhecimento popular, empregando a temática dos materiais cerâmicos e o cotidiano.

O trabalho se baseou em uma proposta antiga desenvolvida e aplicada pelo Elson Longo, diretor do CDMF, e do professor Antonio Carlos Hernandes. A pesquisa foi dividida em duas etapas: a primeira, uma aula teórica em slides abordando o uso do barro até a aplicação na nanotecnologia.  Em outro momento, foram realizadas oficinas em sala de aula em que os alunos foram estimulados a fazer objetos modelando a argila após assistirem a um vídeo sobre o tema “Modelando a argila para o ensino básico” elaborado e disponibilizado no Youtube pela mestranda.

Na segunda etapa do trabalho, a temática da argila foi colocada em um jogo educativo de tabuleiro online, o Ludo Educativo Cerâmica, em que o jogador responde questões relacionadas à ciência de materiais, com ênfase em cerâmica.

O trabalho venceu por dois anos seguidos a premiação regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Goiás. Em 2014 e 2015 a equipe de pesquisadores recebeu o terceiro lugar na área de conhecimento de Ciências Exatas, no I e II prêmio como os trabalhos intitulados “O ludo e a ciência dos materiais cerâmicos: construindo conhecimento científico com alunos do ensino fundamental” e “A modelagem em argila aplicada no ensino médio para introduzir o conhecimento científico abordando a temática de materiais cerâmicos e o cotidiano”, respectivamente.

O objetivo do projeto, que ao todo durou 2 anos, foi inovar e estimular o aluno a assumir uma posição de interesse e curiosidade – gerando um processo de emancipação do aprendizado. “As aulas te

óricas e as oficinas de modelagem em argila foram interativas e dinâmicas motivando a turma em aprender e a fazer ciências. Eles mostraram muito interesse pelo processo e, no fim do projeto, pediram até para voltarmos na escola mais uma vez. Esta primeira etapa do trabalho contou também com a contribuição da professora Maria Rita de Cássia Santos da UFG Catalão, além da parceria do professor Elson Longo”, comentou Gurgel.

O projeto de educação científica utilizando a cerâmica é uma iniciativa antiga do professor, que já desenvolviam trabalhos com modelagem em argila no ensino desde a década de 90. “O CDMF trabalha com materiais cerâmicos há 25 anos. Neste período, realizamos cursos para artesãos, estudantes do curso fundamental e ensino médio. Felizmente, todos os cursos são muito bem recebidos, pois a argila foi o primeiro material que o manipulou e transformou em produto, para uso diário”, apontou o professor Longo.

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O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela FAPESP. O Centro também recebe investimento do CNPq, a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).