LaDiC – CCMC – Perspectivas de ex-membros sobre a Divulgação Científica na carreira de um pesquisador – Rita Costa

Rita é aluna de Doutorado Pleno do Programa Ciência sem Fronteiras, bolsista CAPES na Universidade de Leoben

A trajetória seguida pela ex-pesquisadora do Laboratório de Difusão Científica (LaDiC) do CCMC que vamos conhecer hoje é a de Rita de Cássia Costa. Rita é Licenciada em Ciências Exatas pela USP/São Carlos, com habilitação em Física (2010) e após concluir sua graduação e desenvolver Iniciação Científica no CCMC, apaixonou-se pela área de Ciência e Engenharia dos Materiais, o que a levou a realizar mestrado no Departamento de Engenharia de Materiais da EESC-USP, tendo iniciado um trabalho com materiais compósitos (2013).

Durante o mestrado, Rita teve a oportunidade de finalizar sua pesquisa fora do Brasil, em Portugal (Universidade do Porto) durante 2 meses, concluindo o trabalho que consistia na modificação da superfície de um metal (uma liga aeronáutica) com laser para adesão do polímero durante a fabricação de um material compósito Laminado-Metal-Fibra. A pesquisadora foi além na pós-graduação: atualmente está desenvolvendo doutorado, também fora do país, como veremos em seu depoimento a seguir, junto à experiência de quem teve contato com a Difusão Científica desde sua formação e reconhece a importância de ações de divulgação entre a população brasileira.


Rita e sua atual posição

Rita é aluna de Doutorado Pleno do Programa Ciência sem Fronteiras, bolsista CAPES  na Universidade de Leoben (Montanuniversität Leoben) – Austria. Trabalha no Departamento de Engenharia de Polímero “Department Polymer Engineering and Science” e seu projeto de pesquisa consiste no estudo da qualidade de fabricação  de materiais compósito por Pultrusion (Pultrução).

Os primeiros passos no LaDiC

Rita iniciou a Iniciação Científica no LaDiC no início do segundo  ano de sua graduação, em 2007, terminando em 2009.“Inicialmente minha motivação de fazer parte desse grupo foi a oportunidade que o professor Hernandes dava para os alunos do curso de licenciatura de trabalhar com escolas e trabalhar com pesquisa, era uma oportunidade que só tinha naquele grupo e eu percebia que o professor realmente acompanhava os alunos e se preocupava com o desenvolvimento de cada um. Era muito motivante assistir as palestras oferecidas para os alunos das escolas públicas quando tinha visita na Universidade e no grupo CCMC, oferecida pelo professor Hernandes”.

O trabalho desenvolvido no LaDiC/CCMC

“Inicialmente meu estudo de IC (2007) era trabalhar com vidros, acompanhar a fabricação junto com os pesquisadores de pós-graduação do CCMC, preparar uma aula didática com base nesses conhecimentos e aplicar um curso nas escolas públicas de São Carlos. A responsável pelo grupo de educação era a Ariane Baffa Lourenço então, eu aprendi a trabalhar com mapas conceituais para avaliar os conhecimentos prévios dos alunos. Foi uma experiência incrível onde eu, como aluna de um curso de licenciatura tive oportunidade de estar em sala de aula e desenvolver um trabalho com alunos. No ano seguinte, o professor Antonio Carlos Hernandes, me inseriu na pesquisa com cerâmica onde eu já não mais trabalhava com escolas. Meu projeto era Estudo do material cerâmico BaZr1-x SnxO3 onde fui co-orientada pelo Eduardo Antonelli, na época, aluno de doutorado. Tive bolsa do programa Ensinar com pesquisa.”

A Difusão Científica no Brasil na visão de Rita

“A Divulgação Científica no Brasil é de extrema importância. Se hoje eu estou fazendo um doutorado é porque eu tive uma motivação na área acadêmica e certamente foi no início da minha graduação, quando eu fiz IC no LaDiC onde me despertou essa vontade de seguir o caminho de pesquisa. Eu percebi a importância da pesquisa científica e comecei a ter outro olhar para tudo. Quando não chega informação sobre assuntos científicos na vida de uma pessoa, a sociedade fica limitada a um tipo de informação. Principalmente quando essa pessoa busca uma profissão, que é o caso de jovens estudantes. Eu acho que poderia haver mais laboratórios de divulgação cientifica como o  LaDiC dentro das Universidades.”

 A experiência no LaDiC na carreira de pesquisadora

“Hoje meu trabalho científico é em Engenharia de Materiais, eu trabalho com um tipo de fabricação de material compósito. Quando iniciei minha pesquisa de IC em cerâmica, foi a oportunidade de eu me direcionar. Eu tinha a opção de seguir para um mestrado na área de educação, pois minha graduação era em Licenciatura, no entanto, eu gostei muito de trabalhar com materiais e optei por fazer algo mais aplicável. A partir disso,  fui para o departamento de Engenharia fazer meu mestrado com Materiais compósitos. Minha IC foi base de tudo para minha profissão hoje. Minha leitura e escrita mudaram, minha postura mudou e até minha visão politica e social teve uma grande mudança. Depois que iniciei atividades no LaDiC até meu desenvolvimento acadêmico  melhorou.  Como eu tinha bolsa,  tive a motivação de estudar mais para melhorar minhas notas. No Brasil falta mais iniciativas como o LaDiC para que os jovens alunos nas escolas públicas e também particulares tenham informacao do mundo científico de uma forma mais real, porque aparentemente para muitos estudantes é impossível estudar em grandes universidades ou ter esse acesso a Departamentos e Laboratórios de alta qualidade.”

Produtos gerados durante o período em que esteve no LaDiC

DIAS, R.C.C.; Eduardo Antonelli; Antonio Carlos Hernandes. Synthesis and characterization of Bazr (1-x) Snx03 dense ceramic bodies. 2008. (Paper Presentation / Symposium- SIICUSP).

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