No quadragésimo aniversário da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Elson Longo e José Arana Varela, respectivamente, diretor e vice-diretor do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), tiveram seus nomes em destaque como os principais da ciência nacional. Isso porque seus trabalhos na área de cerâmica e nanotecnologia são estudos de relevância internacional – gerando inovação tecnológica e novas parcerias em pesquisa para o país.
O resultado foi divulgado pelo Webometrics Ranking of World Universities, que apontou os cientistas brasileiros mais citados de acordo com o Google Scholar Citations (GSC), indexador acadêmico do Google. Longo explica que as parcerias com instituições internacionais trazem mais visibilidade ao trabalho realizado no Brasil. “A vivência fora do país colocou nosso grupo como referência, resultando num alto número decitações em trabalhos acadêmicos e abertura nos centros internacionais de excelência em pesquisa”, apontou.
Longo e Varela mantém uma parceria de quase 30 anos – próximos aos 40 anos de Unesp, diga-se de passagem – foi no conturbado fim da década de 80 que nasceu o Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica, o LIEC. Especialista em materiais cerâmicos, área que abrange desde a argila para louças e peças artesanais, passando por revestimentos de fornos da indústria siderúrgica, até pisos, azulejos, sensores e semicondutores, os pesquisadores têm, antes de tudo, uma ampla visão e gestão de projetos e parcerias entre o mundo acadêmico e a iniciativa privada.
Cooperação gera inovação
Através desta visão, Longo e Varela desenvolveram o LIEC até ele se tornar o CDMF, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) vinculado à FAPESP, CNPq e diversas universidades no Brasil e no mundo, formando uma rede de pesquisa especializada em inovação tecnológica.
Longo, que tem grande parte do seu trabalho na área de química teórica, solucionou a fórmula da excelência.“A filosofia do nosso grupo foi realizar pesquisas com forte interação com a indústria. Este desafio foi alcançado pesquisando cerâmicas refratárias e semicondutores, e mais recentemente a nanotecnologia. Assim, aconteceu um crescimento contínuo da interação com diferentes grupos de pesquisa no país e no exterior”.