Pesquisa sobre os efeitos bactericidas, antifúngicos e antitumorais de compostos de tungstato de prata, de autoria de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e parceiros, publicada na Scientific Reports em julho deste ano, foi tema de uma reportagem da EPTV, emissora afiliada da Rede Globo. Confira:
A reportagem também foi publicada no portal G1 São Carlos e Araraquara, a versão pode ser conferida abaixo.
Pesquisadores da UFSCar criam substância que pode ajudar a tratar câncer sem efeito colateral
Segundo os cientistas, a principal vantagem é que o composto destrói o tumor sem matar as células saudáveis.
Por EPTV2 – 08/11/2019
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criaram uma substância que pode ajudar no tratamento contra o câncer sem efeitos colaterais. Os pesquisadores criaram um composto em pó que reúne nanopartículas de tungstato de prata.
Durante os testes in vitro, eles injetaram a substância em células com câncer de bexiga, extraídas de camundongos, e ficaram impressionados com os resultados.
“Depois de 24h, vimos que esse material tem uma alta capacidade de matar as células tumorais. Já tínhamos testado em fungos e bactérias e nós vimos que ele também tem essa capacidade de matar células de câncer de bexiga. Isso é inédito”, disse a pesquisadora Thaiane Robeldo.
Vantagens
Os testes no laboratório duraram um ano. Segundo os cientistas, a principal vantagem é que o composto destrói o tumor sem matar as células saudáveis. Por causa disso, a nova técnica pode evitar efeitos colaterais provocados pela quimioterapia tradicional.
Para chegar ao resultado, primeiro a equipe do Departamento de Química da UFSCar irradiou elétrons no composto com a prata. Em parceria com cientistas da Espanha e da República Tcheca, os pesquisadores também aplicaram um tipo de laser e, com os dois métodos, foi possível obter a reação desejada.
Testes
Segundo o professor do Departamento de Química Elson Longo, os elétrons reagem com o oxigênio e isso produz o efeito bactericida, fungicida e também a capacidade matar os tumores.
A pesquisa foi publicada na revista “Scientific Reports”, da Nature. Em 2020, os cientistas vão começar a fazer testes em animais vivos como peixes e camundongos e, dependendo dos resultados, aplicar em humanos.
“É uma esperança para a gente ter um medicamento que seja seletivo e que não apresente tantos efeitos colaterais como os medicamentos que estão hoje no mercado”, disse o pesquisador Marcelo Assis.
A versão original da reportagem está disponível AQUI
CDMF
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).