O Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), integra o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM), parceria entre a Universidade e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A iniciativa tem proporcionado aos estudantes do ensino médio de escolas públicas de São Carlos a oportunidade de desenvolver atividades de Iniciação à Pesquisa Científica nos centros de excelência da UFSCar, sob a orientação de professores e pesquisadores da instituição.
Recentemente quatro bolsistas do CDMF foram premiados na “Feira Virtual de Ciência e Tecnologia da USP/DE 2020”, promovida pelo Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e pela Diretoria de Ensino – Região de São Carlos. Os alunos participantes produziram vídeos explicativos e monografias que atenderam a temática da Feira “As Grandes Invenções que Mudaram o Mundo”, e que foram apresentados na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que aconteceu no início do mês de outubro.
Entre os bolsistas do Centro, Matheus Motta, aluno da E.E. Professor Orlando Perez, obteve uma primeira colocação; as alunas Ana Beatriz Cardile, da E.E. Dr. Álvaro Guião, e Emily Amábile Tavares, da E.E. André Donatoni, a segunda colocação e, por fim, Mariana Laura Raymundo, da E.E. Sebastião de Oliveira Rocha, a terceira colocação.
Para Ana Beatriz Cardile, do segundo ano do ensino médio, ser bolsista do CDMF tem sido uma experiência única. “Sempre fui muito curiosa, se alguma coisa me chama a atenção, busco pesquisar e me aprofundar no assunto, principalmente se for sobre Astronomia. Eu e mais outro aluno da minha escola fomos indicados para receber a bolsa, e sei que essa é uma oportunidade incrível”, conta a estudante de 16 anos.
Ana Beatriz e mais duas colegas de turma apresentaram na Feira Virtual de Ciência e Tecnologia o projeto sobre o funcionamento de uma câmera fotográfica. “Foi muito legal entender como tudo começou na fotografia e como chegou à praticidade dos dias de hoje. O nosso grupo pretende continuar com esse projeto e realizar alguns ajustes para torná-lo ainda mais interessante”, disse.
Matheus Motta participou aos 13 anos de sua primeira Feira de Ciência e agora, aos 16 anos, recebeu o prêmio de primeiro lugar com um projeto que foca em experimentos com o plástico. “Meu envolvimento com a Ciência não é de agora, mas há dois meses sou bolsista do CDMF e estou gostando muito. Aliás, fico feliz com o reconhecimento que o projeto que ajudei a desenvolver está recebendo, experimentamos fazer plástico a partir do amido de batata e, com certeza, foi o que eu mais gostei”, comenta o estudante.
Com um trabalho sobre o rádio, o grupo da aluna Emilly Tavares, do primeiro ano do ensino médio, apresentou a trajetória histórica e construiu o próprio aparelho radiofônico. Emily conta que o gosto pelos estudos é algo que valoriza muito, e que o seu projeto de vida sempre girou em torno da Ciência. “Essa é a primeira vez que participo de uma Iniciação Científica, e a cada aula é uma alegria diferente, fico contente de receber esse reconhecimento, me incentiva a continuar no caminho dos estudos, almejando o meu sonho de ingressar na UFSCar”, diz a estudante de 15 anos.
Dentre as 40 bolsas do PIBIC-EM da UFSCar, 14 são destinadas ao CDMF. Os bolsistas do Centro são acompanhados pelos pesquisadores Elton Sitta, Lúcia Mascaro e Emerson Camargo, todos professores do Departamento de Química (DQ) da UFSCar e integrantes do CDMF, que, além da orientação, promovem palestras e outras atividades.
Lúcia Mascaro, explica que pelo menos uma vez por semana são realizados encontros virtuais com os estudantes, e nesses momentos são apresentadas palestras, com a participação de professores convidados, que abordam temas variados da Ciência. Mascaro conta que quando as atividades presenciais retomarem, os alunos irão desenvolver projetos científicos nos laboratórios do CDMF.
“Esse programa traz grandes benefícios ao CDMF, pois um dos pilares do Centro é a difusão da Ciência, e com certeza este é um público importante para se alcançar. E, para os bolsistas, é importante lembrar que a Ciência auxilia no entendimento de outras disciplinas, além de funcionar como um incentivo para o estudo e o desenvolvimento do método científico. Tudo isso influencia a autoestima do estudante, ao se ver reconhecido por sua dedicação e empenho, além, claro, do benefício financeiro, que é pequeno, mas faz grande diferença para esses alunos”, conclui Mascaro.
CDMF
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).