O desenvolvimento científico que iniciou a quinze anos entre UFSCar, UJI e Nanox deu origem a um plástico filme transparente de PVC com micropartículas de prata e sílica. A sílica é um semicondutor, que sofre ativação pela prata metálica para gerar moléculas altamente oxidantes. Estas moléculas são capazes de inativar 79,9% do novo coronavírus em três minutos e 99,99% em até 15 minutos. O produto já está disponível no mercado, é normalmente utilizado para embalar alimentos como carnes, frutas e frios e agora ganha mais possibilidades de aplicação, como proteção de superfícies. Este filme plástico deu origem a tecnologia desenvolvida e licenciada pela empresa paulista Nanox , dirigida pelo Dr Gustavo Simões, com apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), apoiado pelo Prof. Elson Longo, do CDMF e Universidades Federal de São Carlos e o Prof. Juan Andrés, da Universidade Jaume I (Castellón, Espanha).
A equipe de Engenharia de Aplicação de Vinílicos da Braskem e AlpFilm apoiou o desenvolvimento melhorando a formulação que dá origem ao filme, maximizando o potencial de proteção contra fungos e bactérias, e alcançando a função virucida – ou seja, capaz de eliminar vírus.
Os testes para comprovar a capacidade da embalagem plástica de eliminar o SARS-CoV-2, vírus que provoca a Covid-19, foram conduzidos pelo laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e de acordo com de com a ISO 21702:2019, norma técnica de medição da atividade antiviral em plásticos e outras superfícies não porosas.
Para a Braskem, a eficácia reforça a relevância do plástico em iniciativas que visam a saúde e a segurança da sociedade. “O plástico tem sido um grande aliado da população no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. As soluções em PVC viabilizam a produção de uma série de itens essenciais, que vão desde produtos médico-hospitalares até embalagens, que garantem a segurança alimentar, higiene e limpeza, entre outros, reforçando a luta contra a Covid-19”, explica Almir Cotias, diretor do Negócio de Vinílicos da Braskem, área responsável pela produção da matéria-prima do filme de PVC Alpfim Protect.
“O produto existe desde 2014 e já contava com propriedades antifúngicas e bactericidas graças à presença de micropartículas de prata, mas com a pandemia o submetemos a uma série de estudos para adequações em sua composição com o objetivo de assegurar sua eficácia antiviral, em especial contra o novo coronavírus. Diante dos desafios impostos pela Covid-19, decidimos voltar nossas atenções para a pesquisa e desenvolvimento dessa evolução do produto para a inativação do novo coronavírus por contato”, explica Alessandra Zambaldi, diretora de Comércio Exterior e Marketing da Alpes.
A Alpes é uma das maiores fabricantes de filmes plásticos de PVC do Brasil, com produção mensal de 450 toneladas do material. A empresa comercializa, desde 2014, o filme plástico com as micropartículas de prata para embalagem de alimentos em supermercados e para uso doméstico, com o intuito de conferir proteção contra fungos e bactérias. O produto já está disponível ao mercado.
O PVC Alpfim Protect já está disponível ao mercado.
*com informações da Pesquisa para Inovação
CDMF
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).