Máscaras cirúrgicas anti-covid com tecnologia são-carlense chegam ao mercado
Item de proteção individual que se tornou essencial no dia a dia dos brasileiros, a máscara facial pode ser produzida em diferentes modelos, desde aqueles com algodão, até o PFF2 e as cirúrgicas, que são as mais seguras. Essa segurança é resultado da união do design com o material de que são feitas, como o TNT. Contudo, em ambientes de alto risco de contaminação, como os hospitalares, as máscaras podem se tornar um vetor, promovendo a contaminação cruzada.
Hoje, esse desafio foi superado. Está chegando ao mercado um TNT com proteção antimicrobiana, resultado da aplicação executada pela Delp, empresa de soluções em equipamentos e serviços industriais, utilizando a tecnologia de prata da Nanox que, além de ter efeito contra a Covid-19, combate bactérias, fungos e outros vírus.
O modelo da máscara cirúrgica protegida com a tecnologia Nanox será um produto que une segurança a um baixo impacto de custos. Fator importante, já que o uso da proteção não está dispensado, embora o ritmo de vacinação tenha se intensificado nos últimos meses.
Tecnologia é usada em diferentes materiais e setores
Segundo a Delp, o TNT anti-covid foi desenvolvido com tecnologia 100% nacional, possui custo acessível e licença da FDA (Food and Drug Administration, um dos maiores órgãos de Saúde dos Estados Unidos) e outros órgãos reguladores ao redor do mundo. Atualmente, o produto vem sendo utilizado por empresas que fazem apenas máscaras e toucas, mas nada impede que ele seja expandido para outros produtos da área, como jalecos. E também não há porque se limitarem apenas ao setor de saúde. Álvaro Márcio, diretor da Delp, acredita que, mesmo depois que a pandemia da Covid-19 chegar ao fim, as máscaras e demais produtos anti-virais vão continuar a ser usados.
“Acredito que esse é um produto que vai continuar no mercado e não apenas na área de saúde. As pessoas adquiriram uma nova consciência social de proteção, não apenas para elas, mas para os outros, e talvez não com a mesma frequência, mas acredito que as pessoas continuarão a usar máscaras, por exemplo, em locais muito cheios e sem tanta circulação de ar”, comentou.
A Nanox, inclusive, já fornece tecnologia antiviral a outros segmentos por diferentes meios de aplicação, em diversos tipos de materiais além do TNT em países como Estados Unidos, Japão, Uruguai, entre outros. E entre as marcas que já aderiram à aplicação das tecnologias Nanox, temos como exemplo fabricantes de utilidades domésticas, embalagens, MDF, tecidos e couros.
Mas porque usar um antiviral também em produtos como MDF e couro? O fundador e diretor da Nanox, Daniel Minozzi, explica que os benefícios da tecnologia de prata vão além da eliminação de vírus.
“O que mais percebemos em relação aos benefícios da nossa tecnologia está na preservação, na longa durabilidade dos produtos e isso vai se estender também para as máscaras, toucas ou qualquer outro que venha a ser desenvolvido. Isso porque a deterioração, de maneira geral, é feita através da ação de bactérias e fungos. Como nossa tecnologia oferece essa proteção antimicrobiana, você garante uma longevidade maior do produto em que seja aplicada”.
Segundo Minozzi, a preservação que a tecnologia leva aos materiais é ainda mais visível quando aplicado em tecidos, principalmente os esportivos. Isso porque, as bactérias presentes na região, que são alimentadas por nosso suor, tendem a deteriorar e exalar odores naqueles tecidos mais desprotegidos. “As pessoas vão buscar as marcas que duram mais e ainda evitam aquele amarelamento ou pioram o cheiro do suor. E tudo isso é feito a partir da ação antimicrobiana, pois são as bactérias do próprio corpo que causam esse problema na roupa desprotegida”, explica.
“Algumas, precisam ser refeitas em menos de um ano. Mas hoje os produtos com esse diferencial têm longevidade de cinco anos ou mais. É uma economia para o consumidor final e menos produtos e químicos no planeta”, comenta.
Sobre a Nanox
A Nanox Tecnologia é uma das principais empresas do mundo em produzir e comercializar antimicrobianos a partir de nanotecnologia. Está sediada em São Carlos/SP, onde conta com outra unidade focada em tecnologia para área médico-hospitalar. Em quase duas décadas evoluiu de Spin-off do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar (SP) para uma S/A. Fundadores, Gustavo Simões é o atual CEO e Daniel Minozzi, o CMO.
A empresa foi criada em 2004 a partir da ideia de encontrar uma tecnologia que reduzisse a carga antimicrobiana em materiais. Na época, os fundadores da empresa contaram com investimento inicial da Fapesp e começaram a trabalhar na incubadora Parqtec. Dois anos depois, com o investimento da Finep, órgão de incentivo à inovação do Governo Federal do Brasil e de mais um fundo, a empresa finalmente conseguiu desenvolver o seu produto final, que começou a ser utilizado primeiramente na área médica, mas se expandiu para outros setores, como a indústria de plástico e de bens de consumo.
Com cada vez mais apoio de acionistas e outros fundos, a Nanox cresceu. Em 2007, recebeu o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica, um reconhecimento nacional em inovação. Atualmente, a empresa exporta para diversos países na Europa, na Ásia, além dos Estados Unidos e nações na América do Sul, como o Uruguai.