Pesquisa do CDMF que desenvolveu compósito biocida com polímero e fosfato de prata acaba de ser publicada

Estudo foi publicado no periódico The Journal of Physical Chemistry B

A doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Química Universidade Federal de São Carlos (PPGQ – UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), Lara Kelly Ribeiro, é a autora principal do artigo “Bioactive Ag3PO4/Polypropylene Composites for Inactivation of SARS-CoV‑2 and Other Important Public Health Pathogens” publicado recentemente no periódico The Journal of Physical Chemistry B.

A pesquisa é voltada para o estudo do compósito formado pelo polímero polipropileno e por um semicondutor, o Ag3PO4 (fosfato de prata), que pode ser aplicado na inativação de patógenos como fungos, bactérias e vírus. Diante do panorama atual, a proposta de produzir um novo compósito com tais propriedades veio da necessidade de proteger e higienizar as superfícies expostas ao SARS-CoV-2.

Diante disso, o trabalho descreve o o processo de desenvolvimento do novo compósito, Ag3PO4/PP, e demonstra seu potencial na aplicação em novos produtos que apresentam propriedades biocidas, como já ocorre com outros materiais pesquisados e produzidos pelo CDMF e pela Nanox Tecnologia, uma das spin offs do Centro.

“A diferença desse trabalho para os outros já realizados pela Nanox e pelo CDMF, é que dessa vez nós utilizamos um semicondutor diferente. O fosfato de prata é um material bastante estudado no nosso laboratório, de simples obtenção e altamente eficaz na sua aplicação. O polipropileno é um polímero bastante utilizado na vida cotidiana, então resolvemos testar se esse polímero  unido ao semicondutor formaria um compósito viável para atividade biocida. Apostamos e deu certo, o artigo confirma isso”,  comenta a pesquisadora. 

Durante o processo de pesquisa, Ribeiro conta que a equipe aprimorou  um método já utilizado pelo CDMF voltado para a sintetização do semicondutor que, posteriormente, foi misturado ao polímero para a obtenção do compósito.

Os testes sobre a ação do material contra bactérias, fungos e vírus foram realizados por pesquisadores que atuam diretamente na área de Saúde. Além da produção e aplicação do material, a autora evidencia que a pesquisa também inova ao aplicar a simulação computacional para explicar a formação das espécies oxidantes produzidas na superfície do compósito. 

Além da equipe da UFSCar, o trabalho também contou com a participação de pesquisadores da Universitat Jaume I (UJI), da Espanha, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus Botucatu, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Além de Ribeiro, o trabalho tem a autoria de Marcelo Assis, Lais R. Lima, Dyovani Coelho, Mariana O. Gonçalves, Robert S. Paiva, Leonardo N. Moraes, Lauana F. Almeida, Felipe Lipsky, Miguel A. San-Miguel, Lúcia H. Mascaro, Rejane M. T. Grotto, Cristina P. Sousa, Ieda L. V. Rosa, Sandra A. Cruz, Juan Andrés e Elson Longo.

O artigo pode ser acessado no repositório do CDMF clicando AQUI.

CDMF

O CDMF, sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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