Pesquisa do CDMF e do CINE apresenta eletrodo que permite converter nitrogênio em amônia em condições ambientalmente amigáveis

Estudo empregou rotas simples e de fácil escalonamento

A amônia é um dos produtos químicos mais empregados na nossa sociedade, especialmente na indústria de fertilizantes. Porém, como o processo de produção da amônia – conhecido como Harber-Bosch – gera muitos gases do efeito estufa como subprodutos (inclusive o CO2), é necessário que se busque formas menos poluentes. Como saída para este problema, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Center for Innovation on New Energies (CINE) obtiveram um eletrodo que permitiu converter nitrogênio em amônia em condições brandas e ambientalmente amigáveis. 

Para a preparação dos materiais utilizados, o estudo empregou rotas simples e de fácil escalonamento, ou seja, que podem ser dimensionadas para sistemas maiores sem grandes dificuldades. A combinação do Nb2O5 (pentóxido de nióbio), obtido na forma de nanotubos, com o nitreto de carbono mostrou um efeito cooperativo bastante interessante entre os materiais. O eletrodo dessa heteroestrutura mostrou uma estabilidade bastante elevada e uma eficiência para a produção de amônia que está entre as maiores para essa classe de material em comparação ao que é encontrado literatura sobre o tema. Além disso, a quantidade de amônia produzida foi expressivamente maior do que com os materiais separados.

Intitulado “Direct Z-scheme among Niobium Pentoxide and Poly(heptazine imide) for NH3 Photoelectrosynthesis under Ambient Conditions”, esse trabalho contou com a colaboração de Sirlon F. Blaskievicz, Juliana Ferreira de Brito, Ivo Freitas Teixeira e Lucia H. Mascaro. O artigo foi publicado no periódico ChemCatChem.

CDMF

O CDMF, sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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