Na última quarta-feira, 8, o pesquisador João Paulo de Campos da Costa, integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), apresentou sua tese de doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC – USP). O trabalho, intitulado “Desenvolvimento de sistema de irradiação por feixe de elétrons e sua aplicação na modificação de materiais semicondutores e não-metálicos”, apresenta contribuição valiosa para a área de desenvolvimento de materiais.
Através da tecnologia apresentada, é possível produzir novos materiais e estruturas que não podem ser obtidos pelos métodos convencionais, oferecendo fácil operação e controle dos parâmetros do processo de irradiação e reprodutibilidade, além de induzir e aprimorar propriedades em diferentes materiais. O equipamento desenvolvido durante o doutorado de Costa consiste em um sistema de irradiação por feixe de elétrons, desde o projeto até a fabricação do sistema mecânico, alto vácuo, fonte de alta tensão e sistema de automação.
“O equipamento agrega um alto valor comercial e tecnológico ao processamento de materiais e sua contribuição pode ser ampla em diversas áreas, como catálise, fotocatálise, sensores, biossensores, agentes antimicrobianos, materiais magnéticos, antitumorais, entre outros”, explicou Costa.
Os resultados promissores do estudo incluem aprimoramentos nas propriedades de sensores de gases, revestimentos de superfícies, aprimoramento de biossensores para diagnóstico médico/veterinário por meio do aumento da sensibilidade na detecção promovida pela interação do feixe de elétrons com o material e aumento da eficiência de materiais utilizados para a degradação de corantes e poluentes. Além disso, é possível criar materiais e estruturas ainda não reportados na literatura.
A banca de doutorado foi composta pelos professores: João Paulo Pereira do Carmo (orientador/USP), Elson Longo da Silva (coorientador/UFSCar), Adenilson José Chiquito (UFSCar), Paulo Mateus Mendes (Universidade do Minho, Portugal), Marco Roberto Cavallari (Unicamp) e Antônio Carlos Seabra (POLI/USP).
A contribuição da USP, da UFSCar e da espanhola Universidad Jaume I, assim como dos institutos de pesquisa LNNANO, CNPEM e NanOLab, foi de extrema importância para o desenvolvimento deste trabalho. A pesquisa foi financiada pela FAPESP (19/18656-6, 13/07296-2).
Vídeo e reportagem sobre a pesquisa:
CDMF
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).