Em colaboração com outras instituições, pesquisadores ligados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), publicaram, no último dia 8, o artigo “Facile Synthesis of PVP-Coated Silver Nanoparticles and Evaluation of Their Physicochemical, Antimicrobial and Toxic Activity”, na revista Colloids and Interfaces, da editora Elsevier. Nesse estudo, a equipe criou e analisou nanopartículas de prata (AgNPs) em concentrações elevadas em meio alcoólico, no chamado processo de redução por álcool. Essa alta concentração é um diferencial do trabalho, uma vez que a maioria dos métodos de síntese produz soluções diluídas de nanopartículas de prata.
A equipe investigou as propriedades físicas e químicas das partículas e avaliou sua capacidade de combater microorganismos causadores de infecções como Candida albicans, Streptococcus mutans e Actinomyces israelii. os pesquisadores investigaram também se as nanopartículas representavam algum risco para a saúde humana.
Os resultados foram surpreendentes. As nanopartículas de prata mostraram-se uniformes em tamanho e forma, com dimensões variando de 3 a 800 nanômetros. Além disso, demonstraram ser muito eficazes na eliminação de microorganismos, especialmente o Candida albicans, responsável por infecções fúngicas. O estudo também revelou que, preparadas em condições experimentais específicas, as nanopartículas de prata são ainda menos prejudiciais às células do nosso corpo, um resultado animador em termos de segurança.
A pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de novos materiais antimicrobianos que requerem soluções concentradas de nanopartículas de prata, com ampla variedade de aplicações potenciais.
Entre os autores do artigo, compõem o CDMF os pesquisadores Luiz Fernando Gorup Francisco N. Souza Neto, Lucas S. Ribeiro, Tassia J. Martins, Patricia Francatto e Emerson R. Camargo.
CDMF
Com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e dirigido pelo Prof. Dr. Elson Longo, o CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).