Artigo de pesquisadores do CDMF traz resultados inéditos e promissores para aplicação do fosfato de prata

Simulações permitiram identificação de mecanismo desconhecido na formação de espécies reativas de oxigênio (ROS)

Um estudo teórico-experimental com participação de pesquisadores do CDMF chegou a conclusões inéditas sobre a atividade biocida do semicondutor fosfato de prata. Descrito em no artigo “A Tale of Reactive Oxygen Species on the Ag3PO4(110) Surface”, publicado no periódico The Journal of Physical Chemistry C, o trabalho demonstrou que essa atividade está associada à formação de espécies reativas de oxigênio (ROS), sem influência significativa da luz solar.

No estudo, simulações computacionais atomísticas fundamentadas na Teoria do Funcional da Densidade (DFT), propiciaram a identificação de um mecanismo até então inédito na formação de ROS. Esse mecanismo envolve a ativação cooperativa de uma molécula de água e uma molécula de oxigênio na superfície (110) do fosfato de prata. A superfície do semicondutor atua como um catalisador, facilitando a transferência de elétrons da molécula de água para a superfície e, a partir daí, para a molécula de oxigênio. O processo resulta na formação das espécies precursoras dos ROS: hidroxila e superóxido.

Miguel San-Miguel, pesquisador associado ao CDMF e um dos autores do artigo, explicou que os resultados abrem perspectivas inovadoras para o entendimento da formação de ROS em materiais baseados em semicondutores de prata. Explicou também que eles possibilitam a exploração em outros materiais do mecanismo identificado, favorecendo a pesquisa de aplicações biocidas de baixo custo. “Esse avanço não apenas aprimora o conhecimento teórico sobre o assunto, mas também oferece potenciais implicações práticas para a utilização efetiva desses materiais em contextos biológicos”, afirmou.

Além de San-Miguel, assinam o artigo Felipe Lipsky, Luis Henrique da Silveira Lacerda, Lourdes Gracia, Beatriz G. Foschiani, Marcelo Assis, Mónica Oliva, Elson Longo e Juan Andrés.

CDMF

Com sede  na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e dirigido pelo Prof. Dr. Elson Longo, o CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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