Nanox obtém aprovação de partículas antimicrobianas por agências regulatórias dos EUA
A Nanox, empresa brasileira de nanotecnologia apoiada pelo PIPE-FAPESP, obteve a aprovação da agência regulatória de alimentos e fármacos (FDA, na sigla em inglês) e de proteção ambiental (EPA), dos Estados Unidos, para as partículas inorgânicas à base de prata, com propriedades antimicrobianas, que produz.
A solução pode ser incorporada e impregnada a uma ampla gama de materiais, como embalagens, utilidades e utensílios domésticos e industriais, tecidos, tintas e vernizes, pisos laminados, entre outros.
“Essa conquista inédita é mais uma vitória da tecnologia brasileira rompendo barreiras. Nossa tecnologia é fruto de muito estudo e com eficácia comprovada, demoramos muito para ter a aprovação, mas agora esse registro vai abrir novas portas para nossa empresa”, afirma o CEO e cofundador da Nanox, Gustavo Pagotto.
Desde 2011, a Nanox tem trabalhado em parceria com a General Electric, que contratou a empresa para incorporar produtos antimicrobianos em dispensers de água de refrigeradores. O sucesso dessa colaboração despertou o interesse da GE em expandir suas operações e exportar a solução brasileira, o que exigiu a aprovação da FDA.
Em 2014, após negociações e estudos rigorosos, a Nanox conquistou a Tramontina como cliente, iniciando um projeto de expansão internacional com a inauguração de um novo escritório em Boston, capital de Massachusetts, ampliando a presença da empresa nos Estados Unidos.
A obtenção das licenças da EPA tornou-se uma prioridade para a empresa, especialmente com a necessidade de garantir que sua molécula pudesse ser produzida em solo americano. Apesar de os processos terem sido interrompidos devido à pandemia, após oito anos de dedicação e esforços contínuos, o registro foi finalmente liberado. “Estamos entusiasmados com esta conquista, que coloca a Nanox em um patamar competitivo no mercado global”, afirmou Pagotto.
Atualmente, o Brasil ocupa a 13ª posição em publicações na área de nanotecnologia, destacando-se em meio a potências como Estados Unidos, China e Alemanha, segundo dados do Web of Science. Por isso, estar presente em solo americano, produzindo sua própria solução, é de suma importância para a marca. “O mercado antimicrobiano do Brasil representa apenas 2% do total mundial, enquanto os Estados Unidos correspondem a 30%. Temos agora uma oportunidade incrível de expandir nossa presença e impactar positivamente a saúde pública”, avalia o executivo.