André Olean Oliveira, doutorando no Programa de Pós-graduação em Química da Universidade Estadual Paulista (PPGQuímica – UNESP) campus São José do Rio Preto e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), é o primeiro autor do artigo de revisão “Nanocomposite Materials Based on Electrochemically Synthesized Graphene Polymers: Molecular Architecture Strategies for Sensor Applications”, publicado recentemente no periódico Chemosensors .
O trabalho reúne os principais avanços na área de estudos sobre a síntese eletroquímica de filmes finos nanocompósitos baseados em grafeno e polímeros condutores. Isso porque o grafeno, desde a sua primeira aparição na literatura no início dos anos 2000, tem proporcionado avanços científicos e tecnológicos notáveis em diversas áreas.
No âmbito do desenvolvimento de sensores eletroquímicos, por exemplo, o grafeno e seus derivados, principalmente o óxido de grafeno, são amplamente empregados junto a outros materiais (compósitos) com o objetivo de melhorar a razão ruído/sinal, aumentando a sensibilidade do sensor e, consequentemente, o alcance de seu limite de detecção.
Nesse sentido, o estudo reuniu principalmente trabalhos que aplicaram o grafeno para a construção de sensores por meio da eletrossíntese, que é a síntese de compostos químicos em uma célula eletroquímica que apresenta capacidade de gerar energia elétrica a partir da reação química ou, ainda, de facilitar reações por meio da introdução de energia elétrica.
“A eletrossíntese é atrativa em função de o material sensível ser depositado diretamente sobre a superfície desejada, seja o eletrodo composto por metais nobres, como ouro e platina, ou óxidos semicondutores, como o óxido de estanho dopado com flúor (FTO). Essa característica reduz etapas como filtragem, lavagem, purificação, entre outras, e evita a perda de material, uma vez que esse é sintetizado e depositado simultaneamente sobre o substrato alvo”, acrescenta Oliveira.
Por isso, de acordo com o pesquisador, o trabalho evidencia que, para sensores eletroquímicos, o encurtamento de etapas resulta em uma melhor relação custo/benefício para os dispositivos construídos. Além disso, a formação de materiais por meio de técnicas eletroquímicas oferece um amplo controle sobre o material depositado, permitindo a construção de filmes nanométricos, bem como uma alta reprodutibilidade da resposta devido ao controle de deposição e baixo desperdício de material.
A publicação ainda contou com a colaboração dos pesquisadores e docentes da UNESP Marcos F. S. Teixeira, orientador de André O. Oliveira, e Celso X. Cardoso, ambos vinculados ao CDMF, e do pesquisador e docente Gilberto A. Oliveira Brito, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
O artigo pode ser acessado no repositório do CDMF clicando AQUI.
CDMF
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).