Pesquisa do CDMF aponta método promissor para a síntese da cromita de cobalto

Estudo foi realizado em parceria por pesquisadores do Brasil e da Índia

O pesquisador Elson Longo, professor Emérito do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ – UFSCar) e diretor do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), é um dos autores do artigo “Unveiling the shape-selective CoCr2-yScyO4 nanomagnetism” recentemente publicado no periódico Applied Surface Science.  

No estudo, realizado a partir de uma parceria entre pesquisadores da Índia e do Brasil (UFSCar, UEPG e UEMG), são consideradas as diversas aplicações da cromita de cobalto — como sensores eletroquímicos, materiais biomédicos, catálise, spintrônica, imagem por ressonância magnética e cerâmicas de alta temperatura –, quando dopada com escândio, um elemento químico pertencente ao grupo de metais das terras raras.

Longo conta que, durante a pesquisa, a cromita de cobalto foi obtida a partir de um processo de combustão e, posteriormente, foi analisada a transição da fase paramagnética para a fase ferrimagnética em função de sua temperatura crítica. “No material paramagnético os elétrons se orientam num campo magnético e, assim, passam a ter a propriedade magnética, já o material ferrimagnético possui essa propriedade intrínseca, na qual os elétrons se orientam formando um campo magnético (ímã). Logo, o paramagnético é quase um ímã e o ferrimagnético tem a propriedade de um ímã”, explica o pesquisador. 

Tais propriedades foram explicitadas com a utilização de métodos mecânicos quânticos e os resultados mostraram com clareza a importância das diferentes superfícies do cristal e como o dopante se comporta modificando as propriedades do material.

“Este estudo mostrou que o método de obtenção por combustão é promissor para a síntese da cromita de cobalto, e que a teoria facilita a compreensão dos resultados obtidos. Dessa forma, ficam otimizados os compostos que têm maior interesse tecnológico e, para a próxima etapa da pesquisa, estes serão avaliados enquanto sensores, material biomédico e o manuseio de cerâmica em altas temperaturas”, finaliza Longo. 

Também são autores do artigo os pesquisadores V. Jagadeesha Angadi, K. Manjunatha, Marisa C. Oliveira, Sergio R. de Lazaro, Renan A. P. Ribeiro e S.V. Bhat.

O trabalho pode ser baixado no repositório do CDMF clicando AQUI.

CDMF

O CDMF, sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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