Biossensor faz diagnósticos rápidos de câncer de ovário e hepatite C

Tecnologia desenvolvida por pesquisadores da UNESP em Araraquara tem baixo custo e é mais eficaz que métodos já existentes

A nanotecnologia aplicada à medicina permite o desenvolvimento de novos equipamentos mais eficientes e rápidos para o diagnóstico e monitoramento de doenças. Um trabalho feito por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) criou um biossensor para diagnosticar o câncer de ovário e a hepatite C.

A pesquisa está em fase de testes e foi aplicada em imunodiagnósticos que detectaram o antígeno do câncer de ovário e os anticorpos específicos da hepatite C. O estudo é coordenado pelos pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araraquara, Maria Aparecida Zaghete, João Paulo de Campos da Costa e as doutorandas Gisane Gasparotto e Glenda Biasotto, do Instituto de Química (IQ), tendo a colaboração do professor Paulo Inácio da Costa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas também da UNESP Araraquara. O trabalho também tem a colaboração da pesquisadora Talita Mazon, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, de Campinas.

João Paulo explica que o biossensor é descartável e o seu método de medida eletroquímica faz com que o diagnóstico tenha um custo reduzido quando comparado com os métodos já utilizados atualmente. “Este desenvolvimento permite a redução dos custos de produção em escala comercial, com excelente reprodutibilidade, precisão e exatidão. O diagnóstico é simples e eficaz na detecção e quantificação eletroquímica, podendo oferecer rapidez na resposta de análise e na simplificação dos equipamentos atualmente utilizados em diagnósticos clínicos”, disse o pesquisador.


Diagnóstico de outras doenças

O sensor é um sistema que pode ser aplicado em laboratórios clínicos, veterinários e fitopatológicos. O equipamento é de fácil manuseio, semelhante aos glicosimetros, usados em testes rápidos de glicose. Os pesquisadores explicam ainda que o biossensor permite outras aplicações além do diagnóstico de câncer de ovário e hepatite C, com potencial para outras doenças infecciosas, parasitárias, autoimunes, inflamatórias e neurológicas.

“O sensor funciona como um meio para a detecção de variações eletroquímicas em sua superfície. Assim, qualquer substância que possa ser ligada à superfície do eletrodo de trabalho e que na presença de um ligante promova alguma mudança no meio com interferência na corrente elétrica, pode ser avaliada por esse sistema”, explicou João Paulo.

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O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela FAPESP. O Centro também recebe investimento do CNPq, a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).