O trabalho nos canaviais é revelado em “Vidas talhadas no avesso da história”

Maria Aparecida Moraes e Silva e Lúcio Vasconcellos de Verçoza são organizadores da coletânea de estudos sobre o trabalho nos canaviais

Vidas talhadas no avesso da história” é uma coletânea de estudos sobre o trabalho nos canaviais, organizada pelos sociólogos Maria Aparecida de Moraes e Silva e Lúcio Vasconcelos de Verçoza, que será lançada pela Editora Annablumen nesta quinta-feira, dia 25 de abril, às 19h30, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), à Rua Ministro de Godoi, 969, sala 239, São Paulo (SP). A coletânea foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.
O lançamento do livro acontece em conjunto com o debate “Grilagem, Demarcação, Trabalho e Violência no Campo”, organizado pela Editora Annablume, no auditório sala 239 do Prédio Novo da PUC-SP, o qual tem como convidados Cazé Angatú – Território Tupinambá de Oliveira (Ilhéus/BA), Egnaldo Rocha – quilombola, doutor História Social (PUC-SP), Lúcio Verçoza – professor UFAL, Maria Aparecida Moraes – professora UFSCar e Maria do Rosário Peixoto – professora PUC-SP.
O livro reúne diversos estudos sobre o trabalho nos canaviais. “Nas últimas décadas, o Brasil tem se projetado como um dos maiores produtores de commodities do mundo, tais como soja, milho açúcar, café, carnes, minérios e sucos de laranja. Na contramão da visibilidade dos volumes gigantescos desta produção, há o ocultamento e, até mesmo, a negação daqueles (as) que labutam nestas terras. Tal como no mito de Ariadne, os pesquisadores desta coletânea penetram nas profundezas dos canaviais paulistas e alagoanos, munidos de sólidas ferramentas teórico-metodológicas, a fim de descobrir a história/avesso desta produção. História relatada, vivenciada e sentida por homens, mulheres e crianças que deixam ou não suas terras, seus locais de origem em busca de trabalho. São verdadeiros nômades que circulam de um canto a outro do país, deixando rastros que são apagados pela mesma engrenagem que os move. Este livro revela a empreitada movida pelos autores para desapagar os rastros e trazer ao palco os sujeitos que fazem esta história. Empreitada também movida pela utopia de desviar e descarrilhar a locomotiva que conduz ‘o lado direito’ da mesma história”.

Os autores

Maria Aparecida de Moraes Silva

Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1968), mestrado em Sociologie Du Dévéloppement Iedes – Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) (1978) e doutorado em Sociologie Du Développement Iedes – Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) (1980). Atualmente é livre-docente na Universidade Federal de São Carlos, PPG em Sociologia, e livre-docente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Rural, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura e capitalismo, agricultura e modernização, exploração do trabalho modernização agrícola, trabalhadores rurais e migrantes e assentamentos rurais, relações de gênero e raça/etnia. É pesquisadora Nível 1A do CNPq. É professora visitante do programa de Pós-graduação em Sociologia da UFSCar com bolsa de Pesquisadora Senior da CAPES (2010-2014). Participa, na condição de professora colaboradora, do corpo docente do curso de Especialização, Maestria e Doctorado Sociología de la Agricultura latinoamericana da UNco, na Facultad de Derecho y Ciencias Sociales de Comahue/Argentina. Integrante do Grupo do CLACSO Transformaciones agrarias y trabajadores rurales: Deste grupo participam pesquisadores do Uruguai, Argentina, Brasil, México, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Peru, Espanha, França e EUA. É coordenado pelos professores Maurício Túbio de la Universidad de la Repúbica/Sato do Uruguai e Germán Quaranta de la Universidad de Buenos Aires (UBA), Argentina. É líder de grupo do CNPq, Terra, trabalho, memória, migrações. Site do grupo da UFSCar: www.trama.ufscar.br

Lúcio Vasconcellos de Verçoza

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Alagoas (2010), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Tem atuado principalmente nos seguintes temas: agricultura e capitalismo, assalariamento rural, migração, conflitos de classe e saúde do trabalhador. É membro do Grupo de Pesquisa CNPq “Terra, Trabalho, Memória e Migrações”, professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas, do curso de medicina do Centro Universitário CESMAC e do curso de direito da Faculdade SEUNE. Autor do livro “Os homens-cangurus nos canaviais alagoanos: um estudo sobre trabalho e saúde” (Edufal -Fapesp).

Vidas talhadas no avesso da história
Estudos sobre o trabalho nos canaviais
Organizadores:
Maria Aparecida de Moraes Silva
Lúcio Vasconcelos de Verçoza
Editora Annablume/ FAPESP 2018/14071-0
ISBN é 978-85-391-0950-0

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O Laboratório Aberto de Interatividade para Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI), vinculado à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é voltado à prática da divulgação científica pautada na interatividade; nas relações entre Ciência, Arte e Tecnologia.