Parceria entre CDMF, Aptor e Diretoria Regional de Ensino é destaque no portal da UFSCar

Projeto tem como objetivo substituir papel por aplicativo digital nas avaliações escolares

Escolas de São Carlos e região vivem experiência inédita de avaliação

Por Mariana Pezzo

CCS UFSCar

A rede estadual de Educação de São Carlos e região viverá, na semana de 20 a 24 de maio, a experiência inédita de realização em meio digital – tablets e celulares – da chamada “Avaliação de Aprendizagem em Processo” (APP), promovida pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo junto a todas as escolas de Ensino Fundamental e Médio para acompanhamento dos estudantes e consequente subsídio à progressão de aprendizagens ainda não consolidadas. A aplicação – em etapa piloto, atingindo cerca de um terço dos alunos vinculados à Diretoria de Ensino da Região de São Carlos – será feita através de aplicativo desenvolvido como fruto de uma parceria entre a Diretoria e o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), sediado na UFSCar.

“Foram duas as principais questões que nos levaram a idealizar o aplicativo. A primeira é sustentabilidade, já que, a cada aplicação da APP, estima-se em 80 mil as cópias em papel necessárias para a realização da prova, o que tem impacto ambiental e, também, um custo financeiro elevado. Além disso, pensamos no tempo precioso do professor, já que todo o processo de correção das provas e sistematização dos resultados poderá ser automatizado”, conta a Dirigente Regional de Ensino de São Carlos, Débora Gonzales Costa Blanco. “Podemos dizer que esta parceria começou junto com o nosso centro de pesquisa, quando aplicávamos uma olimpíada de Química, Física e Matemática. Há 12 anos, idealizamos o projeto Ludo Educativo para buscar qualificar o universo dos jogos eletrônicos, permitindo o aprendizado durante o jogo, e foi a experiência do Ludo que nos permitiu agora desenvolver o aplicativo”, relata Elson Longo da Silva, Diretor do CDMF, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Ludo Educativo é um projeto desenvolvido em parceria com a Aptor Software, empresa gerada a partir do CDMF (spin off), que já conta com mais de 80 jogos e é um dos portais de jogos educativos mais acessados do País. A partir da demanda da Diretoria de Ensino, a empresa desenvolveu o aplicativo considerando vários fatores como, por exemplo, a questão da segurança e, também, a disponibilidade de acesso à Internet. “Há uma fase inicial online, em que o aluno baixa a prova no seu dispositivo e se identifica, com posterior validação dessa identificação pelo professor, com uma senha. A partir daí, a prova pode ser realizada sem a necessidade da rede, que volta a ser necessária para a transmissão dos dados, mas se o estudante sair do aplicativo isso é detectado”, explica Marcelo Petrucelli, da Aptor.

Para garantir a segurança e a estabilidade do aplicativo, bem como o bom desempenho de todas as suas funcionalidades, vários testes já foram realizados, com quase mil aplicações de avaliações simuladas. Agora, no período entre 20 e 24 de maio, cerca de 8 mil estudantes de 15 escolas dos sete municípios que compõem a região de São Carlos (São Carlos, Itirapina, Dourado, Ribeirão Bonito, Ibaté, Corumbataí e Descalvado) realizarão a segunda edição de APP do ano utilizando o aplicativo. Além de ser mais uma etapa de teste técnico, a aplicação também permitirá compreender se há impacto do uso da ferramenta no desempenho do estudante. “Essa etapa é fundamental para que tenhamos uma ação responsável e comprometida com a aprendizagem. Foi constituída uma amostra a partir de contribuições de especialistas da área de Estatística, e nas salas em que o aplicativo será utilizado – mais de 200 -, metade dos alunos usará a ferramenta e outra metade fará a prova em papel, para analisarmos a diferença, se houver, e nos certificar de que não há qualquer prejuízo”, explica Blanco.

“Tudo está sendo realizado com muito cuidado, em etapas, para termos a máxima segurança e podermos dar a nossa melhor contribuição à modernização da escola e, assim, também contribuirmos com a universidade, que receberá alunos melhor preparados no futuro”, afirma Elson Longo. “Esta iniciativa integra nossos esforços de levar a escola para o século XXI, onde os nossos alunos já estão. Com o seu desenvolvimento, estamos em total consonância com o programa ‘Inova Educação’, recém-lançado para implantação em 2020 pela Secretaria Estadual de Educação. Nele, o eixo Tecnologia é muito forte, justamente nessa perspectiva que considera os desafios colocados pelo século XXI”, conclui Débora Blanco.

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