Pesquisador do CDMF publica resultados inéditos sobre subprodutos da degradação do Prozac

trabalho foi publicado no periódico Journal of Environmental Chemical Engineering

O pesquisador Ailton Moreira, pós-doutorando no Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ – UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), é o autor principal do artigo “Prozac® photodegradation mediated by Mn-doped TiO2 nanoparticles: Evaluation of by-products and mechanisms proposal” publicado no periódico científico Journal of Environmental Chemical Engineering.

A pesquisa apresenta resultados inéditos de possíveis compostos formados durante a degradação do contaminante emergente Fluoxetina, princípio ativo do Prozac amplamente utilizado no tratamento da depressão, e que podem estar presentes em diferentes ecossistemas. O estudo também pontua a influência que os nanomateriais com atividade fotocatalítica podem exercer na degradação dessas substâncias.

O pesquisador explica que foram obtidas nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2) eficientemente dopadas com diferentes quantidades de manganês (Mn) que apontaram uma fotoatividade melhorada quando irradiada sob luz UV, otimizando a formação de espécies oxidantes responsáveis por degradar o contaminante emergente.

“Juntamente com o monitoramento da degradação do composto original, o Prozac, acompanhamos quantitativamente a formação de 4 subprodutos e identificamos qualitativamente a formação de 17 subprodutos. Dessa forma percebemos que alguns subprodutos formados apenas na presença de luz eram diferentes daqueles observados na presença dos materiais puros, que, por fim, também mostraram subprodutos diferentes daqueles observados na presença dos materiais dopados com Mn”, acrescenta Moreira. 

A obtenção das nanopartículas foi realizadas a partir da utilização do método hidrotermal assistido por microondas, pela sua eficiência na dopagem, tempo reduzido de síntese e menor geração de resíduos. A caracterização dos materiais foi realizada por meio da Espectroscopia de Fotoelétron de Raio-X, que identifica os estados de oxidação do Mn nas amostras dopadas, e da Espectroscopia de Emissão Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado, única técnica com capacidade de quantificar analiticamente o Mn em todas as amostras. Por fim, os compostos orgânicos foram analisados com a utilização da cromatografia líquida de alta eficiência com detector UV (HPLC – UV) e da espectrometria de massas de alta resolução (HPLC-MS-Q-TOF).

A partir das informações obtidas, o pesquisador pontua que se torna possível antecipar a presença de determinadas espécies químicas em ambientes contaminados pelo Prozac ou até mesmo quando este contaminante é submetido a processos de tratamento específicos. “Detalhar este mecanismo permite que no futuro se possa aplicar um processo que indique a degradação do contaminante e, ao mesmo tempo, a formação de subprodutos específicos que possam ter valor comercial ou até mesmo ser menos agressivos ao meio ambiente”, conclui.

Também são autores desta pesquisa os pesquisadores João Malafatti, Tania Giraldi, Elaine Paris, Ernesto C. Pereira, Vagner Romito de Mendonça, Valmor Roberto Mastelaro e Gian Freschi.

O artigo “Prozac® photodegradation mediated by Mn-doped TiO2 nanoparticles: Evaluation of by-products and mechanisms proposal” pode ser acessado clicando AQUI.

CDMF

O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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