Filmes heteroestruturados com adição de platina a semicondutores aumenta eficiência em fotocatálise aplicada a corantes orgânicos

trabalho foi publicado em capítulo do livro "Ciência e Tecnologia: Estudos sobre as Propriedades, Processamento e Produção de Materiais"

A contaminação da água com efluentes urbanos e produtos químicos manufaturados em geral é um dos principais problemas ambientais atuais e, na busca de tecnologias sustentáveis, mais eficientes e menos onerosas para o tratamento de recursos hídricos, um processo alternativo importante é a chamada fotocatálise heterogênea.

Na fotocatálise heterogênea, substâncias genotóxicas, mutagênicas e com potencial carcinogênico, como, por exemplo, os corantes orgânicos sintéticos, são degradadas pela ativação, pela incidência de luz solar ou artificial, de semicondutores como o TiO2 e o SnO2. Trabalho desenvolvido com a participação de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) relatou, recentemente, o sucesso do desenvolvimento de um filme constituído por uma camada intermediária de platina metálica (Pt) entre camadas de óxidos comerciais de titânio e estanho (TiO2 e SnO2) sobre um substrato metálico de titânio, que exibiu atividade fotocatalítica para a descoloração de soluções aquosas do corante azul de metileno com eficiência até 22% superior na comparação com estruturas sem a deposição de platina.

O objetivo principal da obtenção desses filmes é verificar a viabilidade da construção de reatores fotocatalíticos de leito fixo. No reator, os filmes podem ser colocados na forma de chicanas que dão suporte ao catalisador. “Com a construção de heteroestruturas na forma de filme e compostas por lâminas, buscamos neste trabalho o aumento da fotoatividade e a fixação do filme em um substrato, para, assim, obter fotocatalisadores que permitirão a construção de reator de leito fixo”, apresenta Leinig Perazolli, um dos responsáveis pelo trabalho, professor do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IQ – Unesp).

Os resultados da pesquisa mostram que a substância estudada e o desenvolvimento dos filmes podem ter utilidade na remoção de poluentes orgânicos persistentes (POPs) presentes nas águas.

O trabalho foi reportado em capítulo do livro “Ciência e Tecnologia: Estudos sobre as Propriedades, Processamento e Produção de Materiais”, publicado recentemente pela editora Artemis e disponível para download gratuito. A pesquisa constitui o segundo capítulo da obra, intitulado “Aumento da atividade fotocatalítica induzida por filmes heteroestruturados de TiO2/Pt/SnO2” e assinado, além de Perazolli, por Elias Filho, Glaucio Testoni, Rafael Amoresi, Glauco Lustosa, João Paulo da Costa, Marcelo Nogueira, Miguel Ruiz, Maria Aparecida Zaghete Bertochi e Elson Longo.

CDMF

O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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