Pesquisadores de São Carlos encontram nova forma de produzir gás hidrogênio

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Pesquisadores de São Carlos encontram nova forma de produzir gás hidrogênio

Método usa substâncias químicas relativamente comuns e otimiza a geração de gás que é promessa para o futuro verde

Pesquisadores de São Carlos estão pesquisando formas de usar um elemento chamado antimônio no processo de “quebra” da molécula da água (H2O), liberando hidrogênio (H2). O gás é uma das grandes apostas para geração de energia verde.

A investigação é tema de uma pesquisa conduzida no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Os resultados foram publicados no periódico científico “ACS Applied Energy Materials”. O artigo conta com a autoria dos pesquisadores do CDMF Moisés Albuquerque de Araújo, Magno Barcelos Costa e Lucia Helena Mascaro.

De acordo com Araújo, um dos focos da pesquisa foi a modificação da superfície dos filmes de sulfeto de antimônio com o sulfeto de molibdênio para otimização da geração de hidrogênio. Uma iniciativa inédita nesse campo de estudo.

Em meio a outros materiais semicondutores, o sulfeto de antimônio se destaca por apresentar elementos químicos abundantes e de baixa toxicidade, além de possuir propriedades optoeletrônicas adequadas para a produção de H2, um combustível quimicamente “verde”, pois pode ser utilizado em equipamentos de células a combustível que funcionam como geradores, fornecendo eletricidade em estações fixas ou veiculares sem deixar resíduos.

O sulfeto de molibdênio, por sua vez, é um material abundante, não tóxico e apresenta excelentes propriedades catalíticas para a geração de gás hidrogênio, principalmente quando comparado aos tradicionais catalisadores à base de metais preciosos.

Durante os estudos, tanto os dois sulfetos foram obtidos por eletrodeposição, um método sobretudo econômico. Paralelamente, procedimentos de caracterização física e química foram aplicados para os filmes puros de sulfeto de antimônio, bem como para os modificados superficialmente. Por fim, foram aplicadas técnicas fotoeletroquímicas.

O pesquisador explica que, até então, esse tipo de abordagem não havia sido relatado na literatura científica. Os trabalhos sobre o sistema destacam apenas suas aplicações em baterias.

“Neste estudo avançamos ao apontar que a melhora na geração de hidrogênio sobre o Sb2S3/MoSx é resultado da diminuição da ocorrência do fenômeno de recombinação do par elétron-buraco, ou a perda dos elétrons fotogerados, que são essenciais para o processo de geração de hidrogênio”, diz Araújo.

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