Pesquisa de São Carlos desenvolve material que ‘quebra’ a molécula de antidepressivo que contamina a água

Sertralina é um composto usado para o tratamento mental e se tornou um poluente emergente em águas residuais e naturais

Pesquisa de São Carlos desenvolve material que ‘quebra’ a molécula de antidepressivo que contamina a água

Pesquisadores de São Carlos desenvolveram um material capaz de destruir as moléculas do antidepressivo sertralina, amplamente usado pela população e que contamina águas residuais de todo o mundo.

Estudo divulgado em um periódico científico internacional revela que grupo sediado no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais, na UFSCar, e composto por pesquisadores da Embrapa e universidades federais de Alfenas e da Paraíba, descreveu estratégia que promove a degradação do antidepressivo com alta performance.

Os cientistas desenvolveram, através de construção 3D, estruturas de óxido de zinco – minério amplamente abundante – com funções fotocatalíticas – em que a luz aumenta a velocidade de reação de um composto químico. Esse “óxido de zinco 3D” “quebra” a molécula da sertralina, tornando-a inativa no ambiente.

A sertralina é um composto usado para o tratamento mental e se tornou um poluente emergente em águas residuais e naturais. O problema tende a aumentar conforme aumenta a disseminação de seu uso pela população, trazendo malefícios ao meio ambiente. Apesar de ser detectada em águas de diversos locais, sua remoção da água é difícil por suas propriedades físico-químicas.

De acordo com o pesquisador e co-autor do artigo Ailton Moreira, a escolha da sertralina para a pesquisa é um dos destaques do trabalho, por se tratar de um poluente emergente e com riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Apesar dos malefícios, foram identificados poucos estudos no sentido de tratar de forma fotocatalítica o fármaco.

Os testes com o composto de zinco foram realizados com águas naturais. O próximo desafio dos pesquisadores é realiza-los com águas contaminadas. Futuramente, os cientistas locais irão testar o óxido de zinco 3D na degradação de outros poluentes emergentes, de forma isolada ou em misturas, e ainda em efluentes de uma estação de tratamento de esgoto, doméstico ou hospitalar.

Um estudo do tipo deve ser realizado na Estação de Tratamento de Esgoto da cidade de Gavião Peixoto.

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