Um artigo publicado na revista Applied Catalysis B: Environment and Energy descreve um estudo que converteu nitrato em amônia por eletrocatálise, com a introdução de ferro em uma estrutura de carbeto de molibdênio (Fe-Mo2C). O eletrocatalisador demonstrou excelente atividade catalítica e uma possível aplicabilidade em baterias recarregáveis de Zn-NO3.
A metodologia utilizou radiações ultrassônicas, novidade para a síntese de carbetos multimetálicos, possibilitando boa dispersão de ferro no catalisador. Os sítios multimetálicos proporcionaram melhora na adsorção de nitrato e intermediários reacionais e facilitaram a formação de amônia. Embasada por cálculos teóricos, a equipe já esperava melhor seletividade dos eletrocatalisadores, no entanto as melhorias na adsorção de nitrato e intermediários reacionais e na formação de amônia surpreendeu positivamente, explicou Anelisse Brunca da Silva, doutoranda do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ-UFSCar) e uma das autoras do artigo.
O trabalho abre novas possibilidades para catalisadores com sítios catalíticos multimetálicos que maximizam o potencial dos carbetos mistos de ferro e molibdênio e expande ainda mais o campo das baterias baseadas em zinco.
O artigo “Mixed Fe-Mo carbide prepared by a sonochemical synthesis as highly efficient nitrate reduction electrocatalyst” tem entre seus autores Lucia Mascaro, professora do DQ-UFSCar, pesquisadora do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) e coordenadora de pesquisa do CDMF. A pesquisa foi desenvolvida em colaboração com o grupo de pesquisa do professor Hermenegildo Garcia, da Universidade Politécnica de Valência, localizada em Valência, Espanha.
CDMF
Com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e dirigido pelo Prof. Dr. Elson Longo, o CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).
