
Alunos do Projeto Pequenos Cientistas do Colégio de Aplicação (CAU/UFSCar) visitaram nesta segunda-feira, dia 17, o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Durante a visita, no Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC), do Departamento de Química da UFSCar, alunos de 5 e 6 anos, tiveram a oportunidade de conhecer de perto equipamentos, instalações e acompanhar demonstrações científicas. Acompanhados por membros da equipe do CAU, os visitantes participaram de experimentos, observaram nanoartes e utilizaram microscópios óptico e eletrônico para explorar diferentes materiais, como folhas, fios de cabelo e tecidos.
Os “pequenos cientistas” puderam ter contato com pesquisas de fronteira do conhecimento e inovações realizadas pelo CDMF/FAPESP nas áreas de energia, meio ambiente e saúde. Sob a coordenação da professora Lúcia Mascaro, diretora de pesquisa do CDMF, os alunos foram recebidos por professores, pesquisadores e pós-graduandos. A equipe de recepção contou com a participação do professor Elson Longo, diretor do CDMF; Rorivaldo de Camargo (técnico em microscopia); Matheus Macedo de Brito (pós-doc.); João Francisco Ramos Ribeiro Neto (mestrando); Davi Souza Ferreira (doutorando); Raphaella Fagundes Von (doutoranda); Ana Beatriz Cardile (iniciação científica) e Isabelle Maria Duarte Gonzaga (pós-doc.). “Essas visitas nos motivam muito, fazem parte do programa de difusão do conhecimento do CDMF, que visam a popularização da ciência e a educação científica desde os primeiros anos da educação básica”, disse o professor Elson Longo.


Pequenos cientistas
O Projeto Pequenos Cientistas nasceu da curiosidade natural das crianças pelo mundo ao seu redor e da iniciativa do químico Luiz Ferreira de Lima Júnior, pai da aluna Alice, matriculada no CAU/UFSCar, e da professora Dra. Elisângela Ferreira Sentanin do CAU/UFSCar. Ambos compartilharam o objetivo de promover uma alfabetização científica desde a infância, preparando as crianças para o futuro e desenvolvendo habilidades essenciais para a vida.
O Colégio de Aplicação da UFSCar (CAU/UFSCar) atende dezenas de famílias da cidade de São Carlos, e a proposta inicial foi transformar essa ideia em um projeto de extensão, utilizando as instalações da Instituição para oferecer atividades voltadas à educação infantil. Essa iniciativa reforça o compromisso da Universidade em retribuir à sociedade o apoio às suas atividades de pesquisa, democratizando o acesso ao conhecimento científico.
Primeira Fase do Projeto
Na fase inicial, o projeto foi estruturado por meio de experimentos práticos realizados dentro da sala de aula, utilizando materiais doados pela empresa Import Now Ltda, da qual Luiz Ferreira de Lima Júnior é sócio proprietário, e armazenados em espaços adaptados na instituição. “Conforme as atividades foram dando certo, buscamos mais parceiros para o projeto, dentro da comunidade acadêmica da UFSCar e fora dela, mobilizando professores, pesquisadores, trabalhadores da área de saúde e estudantes que passaram a contribuir para sua expansão”, explica Lima Júnior.
Com o envolvimento de diferentes áreas do conhecimento, o projeto passou a contar com a participação de pesquisadores e docentes da UFSCar e de outras instituições, consolidando um espaço de pesquisa e extensão que permite a interação entre graduandos, mestrandos e doutorandos. Entre os colaboradores envolvidos, destacam-se: Prof. Dr. Márcio Weber Paixão (Departamento de Química); -Prof. Dr. Felipe Roberti Teixeira (Departamento de Genética e Evolução); Prof. Dr. Mateus José Sudano (Departamento de Genética e Evolução); -Prof. Dra. Katia Cristina Cruz Capel (Departamento de Genética e Evolução); -Prof. Dr. Francis de Morais Franco Nunes (Departamento de Genética e Evolução); Prof. Dra. Sandra R. C. Maruyama (USP – Ribeirão Preto); Prof. Dr. Tiago da Silva Alexandre; e a gerontóloga Julia Maria Armelin; além de estudantes de Graduação, Pós-Graduação e Pós-Doutorado de diversas áreas do conhecimento.
Segunda Fase: Expansão e Interdisciplinaridade
Com a consolidação da primeira etapa no ano de 2024, a segunda fase prevê a criação de um ambiente multidisciplinar didático, transformando o projeto em um laboratório permanente que possa atender alunos e professores da UFSCar, bem como a comunidade externa, incluindo outras universidades, instituições de pesquisa e escolas públicas. A meta para este ano de 2025, é ampliar “o alcance do projeto”, trazendo crianças dos Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs) da região, para participar das atividades na universidade. Além disso, o projeto pretende levar suas propostas para a rede municipal de ensino, expandindo suas ações para diferentes contextos educacionais.
Em 2024, essa proposta já começou a ser implementada por meio de parcerias. Um exemplo foi a colaboração com o CEMEI Santo Piccin, no distrito de Água Vermelha, onde as crianças do CAU/UFSCar desenvolveram atividades sobre agricultura e sustentabilidade, promovendo o plantio e a conscientização ambiental.
Com o fortalecimento de algumas parcerias já elencadas, o projeto ampliou seu escopo, estruturando núcleos temáticos interdisciplinares que abrangem diferentes áreas do conhecimento. “Essa expansão possibilita uma rica troca de saberes entre crianças, educadores, pesquisadores e a comunidade, promovendo um ensino dinâmico e inovador. No entanto, para garantir o sucesso dessa iniciativa, é fundamental ampliar a busca por novos parceiros, fortalecendo ainda mais a rede de colaboração e impacto do projeto”, analisa Lima Júnior.
Núcleos Temáticos do Projeto Pequenos Cientistas
1. Núcleo de Experimentos Químicos (Química)
Primeiro eixo do projeto, esse núcleo estimula as crianças a explorarem conceitos de reações químicas, misturas e transformações. As atividades são conduzidas de forma lúdica e segura, despertando o interesse pela ciência desde cedo.
2. Núcleo de Ciências Naturais (Genética e Biologia)
Explora temas como hereditariedade, biodiversidade, funcionamento de ecossistemas e observação de organismos. As atividades incluem microscopia, genética básica e experimentos sobre o ciclo da vida.
3. Núcleo do Corpo Humano (Medicina)
Apresenta o funcionamento do corpo humano, abordando órgãos, sistemas, saúde e bem-estar. Modelos anatômicos e atividades práticas tornam o aprendizado acessível e interativo.
4. Núcleo de Agricultura e Sustentabilidade (Química)
Incentiva a conexão com a natureza e práticas sustentáveis, promovendo atividades como plantio, compostagem e cultivo de hortas. As crianças aprendem sobre ciclos naturais, conservação ambiental e alimentação saudável.
5. Núcleo “Explorando o Conhecimento como Repórteres” (Comunicação)
Propõe que as crianças atuem como pequenos repórteres, desenvolvendo habilidades de investigação, entrevista, registro e relato de descobertas científicas. Essa abordagem contribui para a formação crítica e comunicativa.
6. Núcleo de Gerontologia – Conexões Geracionais
Promove a interação entre crianças e pessoas idosas, estimulando o aprendizado mútuo e o desenvolvimento social, cognitivo e emocional. O projeto busca combater o isolamento social dos idosos, sensibilizar as crianças sobre o envelhecimento saudável e construir uma sociedade mais inclusiva e solidária. As atividades envolvem oficinas semanais, intercâmbio de experiências e elaboração de um guia de replicação do projeto em outras comunidades.
7. Novos Núcleos em Construção
O projeto continua crescendo e novas áreas estão sendo incorporadas, como robótica, matemática aplicada, artes e música, ampliando ainda mais as possibilidades de aprendizado interdisciplinar.
Impacto e relevância do Projeto
A expansão do Projeto Pequenos Cientistas reflete o compromisso da UFSCar com a popularização da ciência e a integração entre a academia e a sociedade. Ao incentivar a alfabetização científica desde a infância, a iniciativa fortalece a relação entre teoria e prática, respeitando a curiosidade natural das crianças e promovendo experiências que estimulam criatividade, pensamento crítico e habilidades interdisciplinares.
Com essa ampliação, o projeto pretende beneficiar um número maior de crianças do CAU e de escolas públicas, possibilitando que mais estudantes tenham contato com a universidade e se apropriem dos espaços acadêmicos. O Colégio de Aplicação da UFSCar tem em seu planejamento a ampliação para o Ensino Fundamental, o que possibilitará a inclusão de um número ainda maior de crianças, além de ampliar as oportunidades de atuação para os alunos dos cursos de graduação.
A interação com diferentes departamentos e instituições também fortalece a interdisciplinaridade, consolidando o Pequenos Cientistas como uma referência em extensão universitária e educação infantil. Ao promover o diálogo entre gerações, a experimentação científica e o aprendizado lúdico, o projeto reafirma o compromisso da UFSCar com a formação de cidadãos críticos, criativos e socialmente engajados, preparando as futuras gerações para os desafios científicos e sociais.
Escola: CAU: Colégio de Aplicação da UFScar
Idealizadores do Projeto Pequenos Cientistas
Prof. Dra. Elisângela Ferreira Sentanin (Professora no Colégio de Aplicação da UFSCar CAU/UFSCar e coordenadora do Projeto de Extensão “Pequenos Cientistas).
Luiz Ferreira de Lima Júnior (Químico, Idealizador do Projeto Pequenos Cientistas e Equipe de trabalho no projeto de Extensão “Pequenos Cientistas”).
Professores da CAU: Colégio de Aplicação da UFSCar
Prof. Dra. Elisângela Ferreira Sentanin (Professora no Colégio de Aplicação da UFSCar CAU/UFSCar).
Maria Regina Duraes Gomes (Graduanda em Pedagogia e Estagiária remunerada no CAU/UFSCar).
Gabriele Aparecida Martins (Graduanda e Pedagogia e Estagiária voluntária no CAU/UFSCar).
Luciene Aparecida Paris de Menezes (Auxiliar Pedagógica no CAU/UFSCar).
Prof. Dra. Priscila Domingues de Azevedo (Professora no CAU/UFSCar).
CDMF
Com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e dirigido pelo Prof. Dr. Elson Longo, o CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).