CDMF desenvolve pesquisas, materiais educativos e equipamentos para enfrentar a Covid-19

Por José Ângelo Santilli

O Centro de Desenvolvimento e Materiais Funcionais (CDMF), com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sob a coordenação do professor Elson Longo, diretor do CDMF, estão desenvolvendo atividades de difusão, pesquisa e inovação conduzidas por pesquisadores, técnicos, educadores e comunicadores para combater a pandemia da Covid-19. Longo destaca o papel social da ciência e os esforços realizados pelo CDMF neste momento em que a pandemia aflige a humanidade.

O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

A equipe de difusão criou materiais educativos em vídeos, com o objetivo de divulgar com linguagem acessível e com informações corretas sobre cuidados para prevenir o contágio pelo vírus, tendo produzido, inclusive, um vídeo de prevenção ao contágio pelo vírus em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Uma outra série de vídeos denominada “Fica em casa” apresenta dicas culturais para o período de distanciamento social. Edições especiais da série “Fique Sabendo” trazem as últimas notícias científicas da COVID -19; e um podcast diário denominado “Quarentena”, atualiza as notícias sobre a COVID – 19, as descobertas científicas sobre o tema e dicas de saúde.

Já a série de vídeos “COVID – 19: Perguntas e respostas” é resultado de uma parceria entre o LAbI, o Laboratório de Tradução Audiovisual da Língua de Sinais (LATRAVILIS) e o projeto InformaSUS, todos vinculados à UFSCar. Os vídeos apresentam as dúvidas mais frequentes sobre a COVID – 19 respondidas por Bernardino Geraldo Alves Souto, professor do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar, com tradução também para a Língua Brasileira de Sinais. O quadro é originalmente veiculado no podcast Quarentena, produção diária do LAbI no contexto da pandemia.

Em outra frente de trabalho, um grupo do CDMF está produzindo Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os chamados ‘face shields’, para os profissionais de saúde por meio de impressão 3D. Essa iniciativa está sendo realizada conjuntamente com outros grupos da UFSCar, do Hospital Universitário e da Santa Casa. Também serão produzidas peças para respiradores com a mesma técnica. Esses equipamentos serão dotados de nanopartículas de sílica com prata, visando evitar a contaminação cruzada de vírus e bactérias.

Pesquisa

O grupo coordenado pela pesquisadora Talita Mazon, do CTI Renato Archer, em Campinas, está pesquisando alternativas de para produção de testes diagnósticos do vírus.

O grupo da Universitat Jaume I (UJI), na Espanha, realiza testes com novas nanopartículas que apresentem efeito contra o vírus. O pesquisador Rafael Ciola, Pós – Doutorando no CDMF, atualmente em missão na UJI, integra esforços de pesquisas sobre a COVID – 19. Junto a outros pesquisadores brasileiros e espanhóis, coordenados por Juan Andrés Bort, professor da UJI, o Pós- Doutorando vai analisar possíveis efeitos de óxidos metálicos como inibidores dos mecanismos de ligação do novo coronavírus, o Sars-CoV-2, às células hospedeiras.

O pesquisador Carlos Eduardo Vergani, professor da Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (FOAr-UNESP) e coordenador da área de saúde do CDMF, destaca a importância da utilização de nanopartículas, especialmente de compósitos de prata, na prevenção da contaminação cruzada com fungos e bactérias. A contaminação cruzada desses microrganismos com o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID – 19, pode agravar ainda mais o estado de saúde dos pacientes. Além disso, Vergani enfatiza as pesquisas que começam a ser desenvolvidas para a avaliação do potencial antiviral dessas nanopartículas.

Spin off

A Nanox Tecnologia, spin off do CDMF, vai utilizar sua expertise em produção de materiais fungicidas e bactericidas, com nanopartículas de semicondutores e prata, no combate à COVID 19. A empresa aplicará essas nanopartículas em filmes plásticos para revestimento de superfícies e equipamentos hospitalares ou, ainda, de uso doméstico constante.

O pesquisador Gustavo Simões, diretor da Nanox, aposta na capacidade oxidativa dessas nanopartículas em destruir a camada lipídica do novo coronavírus, o Sars – CoV – 2. Diante disso, os materiais serão testados e, se provada sua capacidade antiviral, entraram em produção para auxiliar na diminuição do contágio pelo contato com superfícies infectadas.

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O Laboratório Aberto de Interatividade para Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI), vinculado à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é voltado à prática da divulgação científica pautada na interatividade; nas relações entre Ciência, Arte e Tecnologia.