Método para controle da morfologia e das propriedades estruturais do tungstato de prata é tema de artigo de pesquisadores do CDMF

O estudo foca nas propriedades óticas e fotocatalíticas do material

A pesquisadora Lílian Cruz, doutoranda em Química pela Universidade Federal de São Carlos (DQ – UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), é a autora principal do artigo “Multi-dimensional architecture of Ag/α-Ag2WO4 crystals: insights into microstructural, morphological, and photoluminescence properties”, publicado recentemente no periódico CrystEngComm, da Royal Society of Chemistry.

O trabalho apresenta, através de um método simples e rápido, como é possível controlar a morfologia e as propriedades estruturais do tungstato de prata (Ag2WO4), além de viabilizar o entendimento de como determinadas alterações afetam as propriedades óticas e fotocatalíticas desse material. 

“Por meio da utilização de um método denominado hidrotérmico assistido por micro-ondas e do ajuste da concentração do complexante etilenodiamino conseguimos obter o tungstato de prata (Ag2WO4) decorado com nanopartículas de prata (Ag)”, explica Cruz.

Diante disso, foi possível aos pesquisadores a observação da modificação na morfologia e no grau de ordem-desordem estrutural, o que resultou em diferentes propriedades fotoluminescente e fotocatalítica.

Durante a pesquisa foram obtidas morfologias tipo “flor oca” e “flor sólida”. A pesquisadora conta que nessa fase foram observados o ordenamento e o desordenamento da estrutura, a migração da luminescência do vermelho para o azul, os tipos de defeitos formados na rede do cristal e a diminuição da fotoatividade, que depende da concentração de etilenodiamino utilizada na síntese.

Em complemento aos métodos já mencionados, ao longo do trabalho em laboratório também foram empregadas técnicas de difração de raio-X, microscopia eletrônica de varredura e de transmissão, espectroscopia de micro-Raman e espectroscopia de absorção de raios X perto da estrutura da borda e de fotoelétrons excitados por raios X. 

De acordo com a doutoranda, o próximo passo do trabalho empregará outros complexantes, além do etilenodiamino já aplicado, na obtenção do tungstato de prata. “Ao testar outros complexantes iremos avaliar as características estruturais obtidas e como elas afetam suas propriedades óticas e fotocatalíticas, visando moldar essas propriedades e compreender os fatores que as governam”, conclui.

O trabalho também conta com a participação dos pesquisadores Mayara Teixeira, Vinícius Teodoro, Natalia Jacomaci, Letícia Laier, Marcelo Assis, Nadia Macedo, Ana Tello, Luís F. da Silva, Gilmar E. Marques, Maria A. Zaghete, Márcio D. Teodoro e Elson Longo.

CDMF

O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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