Físicos predizem a existência de novo material supercondutor
Agência FAPESP* – A existência de um novo material supercondutor, o eletreto Li5C, foi prevista em simulações computacionais realizadas por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF). Os resultados da pesquisa foram divulgados no periódicoThe Journal of Physical Chemistry C.
Como explicam os autores, os eletretos são uma classe de materiais em que os elétrons se comportam como ânions. Apresentam propriedades físicas que podem ter várias aplicações tecnológicas, como terminais de baterias, emissores de elétrons e supercondutores, entre outras.
Para alcançar os resultados descritos no artigo, os cientistas empregaram um método conhecido como Crystal Structure AnaLysis by Particle Swarm Optimization, que implementa um algoritmo de otimização de “enxame de partículas”. Com a utilização conjunta de outras técnicas, foi possível buscar por materiais estáveis ou metaestáveis e identificar o Li5C.
O trabalho tem como primeiro autor Zenner Pereira, docente da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), de Mossoró (RN), e integrante do CDMF – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Em entrevista à Assessoria de Comunicação do CDMF, Pereira contou que o material demonstrou nas simulações a mais alta temperatura crítica de supercondução já prevista. Segundo ele, a descoberta eleva o sarrafo na busca por supercondutividade nesses eletretos.
“O próximo passo é continuar na busca e predição por novos materiais supercondutores. O que sabemos é que o nosso trabalho pode guiar pesquisadores experimentais na síntese deste eletreto e há evidências da existência de muitos eletretos supercondutores ainda não sintetizados”, afirmou.
O artigo Predicted Superconductivity in the Electride Li5C pode ser lido em https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acs.jpcc.1c02329.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
CDMF
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).