Parcerias do CDMF ampliam proteção contra o coronavírus e suas variantes

A proteção é um elemento complementar à vacinação, em decorrência de novas cepas como a delta

Por José Angelo Santilli

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF/FAPESP), com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), teve que se adaptar e superar os impactos da nova situação, investido em pesquisas envolvendo produtos para proteção contra o vírus. 

Mesmo trabalhando em condições adversas, o objetivo tem sido concentrar energia para maximizar a contribuição do CDMF para a sociedade e continuar obtendo resultados relevantes no desenvolvimento dos diversos projetos de inovação.

Assim, para otimizar as pesquisas foram estruturadas novas parcerias.  O resultado foi colaboração internacional e interdisciplinar entre UFSCar, UNESP (Botucatu), Universitat Jaume I (UJI-Espanha) e a Nanox Tecnologia. A partir dessa colaboração foi possível o desenvolvimento de diversos materiais anti-SARS-CoV-2, como produto de proteção, obtendo-se materiais avançados na forma de dispositivos de combate à atual pandemia.

Essas inovações de proteção desenvolvidas pelas parcerias do CDMF são complementares à vacinação e importantes frente a novas cepas do novo coronavírus, como a variante delta, tendo em vista que dados publicados pelo governo britânico indicam que a cepa é até 60% mais contagiosa do que a variante alfa (detectada na Inglaterra) e quase duas vezes mais transmissível do que a cepa original. De acordo com a Gisaid – plataforma internacional de dados genômicos indicada pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) -, o número de casos mapeados da delta no Brasil aumentou 74% nas últimas quatro semanas.

Este esforço conjunto resultou em artigos publicados em periódicos internacionais, como no Japan Journal of Medical Science e Nanomaterials. Estas novas tecnologias já foram transferidas para o mercado e estão sendo comercializadas na forma de máscaras de tecido (https://www.stampelle.com.br/), máscaras reutilizáveis (https://www.lojaotomask.com.br) e como filmes de PVC (https://www.alpfilm.com.br/). Até o presente momento foram produzidas 500 toneladas de plásticos, 120.000 m2 de tecido, 60 toneladas de papel/papelão e 8 milhões de metros quadrados de couro, todos com ação anti-SARS-CoV-2.

A transferência de tecnologia ao mercado só foi possível graças aos esforços da Nanox Tecnologia – liderada por Gustavo Simões, Daniel Minozzi e Gustavo Tremilliosi -, em que os materiais anti-SARS-CoV-2 são produzidos em larga escala, não comprometendo a qualidade e o custo do produto final.

Também participam desta pesquisa o Prof. Juan Andrés (UJI), os professores Elson Longo, Lucia Helena Mascaro, Cristina Paiva de Sousa e Sandra Andrea Cruz (UFSCar), a professora Rejane Grotto (UNESP-Botucatu) e os pesquisadores Marcelo Assis, Lara Kelly Ribeiro, Dyovanni Coelho, Lais Roncalho, Robert Paiva, Mariana Ottaiano, Lauana Fogaça e Leonardo Nazário. A pesquisa ainda conta com o apoio direto da FAPESP, CAPES, CNPq e FINEP.

CDMF

O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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O Laboratório Aberto de Interatividade para Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI), vinculado à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é voltado à prática da divulgação científica pautada na interatividade; nas relações entre Ciência, Arte e Tecnologia.