A pesquisa intitulada “From nature to organic (bio)electronics: a review on melanin-inspired materials”, de autoria dos pesquisadores João Vitor Paulin, pós – doutorando no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e Carlos Frederico de Oliveira, professor da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) campus Bauru, ambos vinculados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), foi recentemente publicada no periódico Journal of Materials Chemistry C.
Um dos grandes desafios do século XXI, segundo a Academia Nacional de Engenharia dos Estados Unidos, será o desenvolvimento de dispositivos eletrônicos para a assistência médica. Dessa forma, a obtenção de materiais capazes de servir como uma ponte entre tais dispositivos e sistemas biológicos é de extrema importância e, entre as diversas alternativas, a melanina tem ganhado destaque nos últimos anos.
No trabalho em questão, Paulin conta que foram revisados os principais avanços da literatura referente às principais propriedades físico-químicas da melanina, bem como formas de obtenção variando entre processos in vivo, in vitro e funcionalização. Além disso, o trabalho descreve possíveis direções que podem ser seguidas para aprimorar dispositivos baseados em melanina.
“Expomos na pesquisa alguns dos desafios enfrentados (e superados) na utilização da melanina em dispositivos eletrônicos e descrevemos algumas aplicações variando de sensores & transdução de íon-para-elétron e armazenamento de energia para protetores-UV e dispositivos de chaveamento”, explica o pós-doutorando.
Melanina é uma enorme classe de pigmentos encontrada em toda a natureza, desde organismos inferiores até os seres humanos. Paulin frisa que esse é um dos poucos biopolímeros que atrai a atenção de pesquisadores de diversas áreas da ciência devido a sua relação com doenças neurológicas (como Parkinson e Alzheimer) e o melanoma, um tipo de câncer de pele.
“Os compostos da família das Melaninas estão sendo testados em diferentes aplicações tecnológicas, variando entre músculos artificiais, engenharia de tecidos e terapia fototérmica, liberação de fármacos, baterias, fotocatálise, memórias, transistores, sensores e biossensores e supercapacitores”, acrescenta Graeff, co-autor da pesquisa.
O artigo pode ser acessado no repositório do CDMF clicando AQUI.
CDMF
O CDMF, sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).