José Luiz Portella
Colunista do UOL
Ouvi a segunda chapa à Reitoria da USP, Somos Todos USP. É uma eleição incomum, só duas chapas se apresentaram. Já houve sete em outra eleição e a exigência, segundo professores, é de uma lista tríplice, problema ainda a ser resolvido. Falei com a professora Clotilde Perez, professora Titular de Semiótica e Publicidade da ECA, responsável pela demanda de imprensa da chapa, ela consultou o candidato a Reitor Antônio Carlos Hernandes e a candidata a Vice-Reitora Maria Aparecida Machado, e enviou as seguintes respostas: (as perguntas foram as mesmas feitas à outra chapa)
1. QUAIS SÃO OS TRÊS PONTOS MAIS RELEVANTES QUE A CHAPA SOMOS TODOS USP OFERECE PARA A COMUNIDADE DA USP?
Os três pontos mais relevantes da nossa chapa são o Diálogo, a Inclusão para a Transformação e a Excelência, eixos transversais do nosso programa de gestão. Diálogo porque acreditamos que esse é o melhor caminho para uma construção coletiva de propostas e ações para a USP, com respeito às diferenças e às liberdades de expressão. Inclusão é o caminho para transformar a USP numa universidade cada vez mais plural e alinhada às reais demandas das comunidades interna e externa, como já está acontecendo. Uma das nossas missões agora é consolidar a transformação que a inclusão proporcionou à sociedade. Excelência porque é o DNA da USP, construído ao longo dos seus quase 90 anos, porque acreditamos na educação e na ciência como valores fundamentais para o desenvolvimento humano e sustentável.
2. COM A PANDEMIA, QUAL A ECONOMIA QUE A USP FEZ?
Durante a pandemia houve manutenção do total de despesas, revelando alternância nas fontes de despesas de pessoal e de custeio que se compensaram, uma vez que todos os benefícios dos servidores, sem exceção, foram mantidos no sentido de apoiar as famílias da Universidade durante o distanciamento social. Além disso, foram intensificadas as despesas com alunos em condição de vulnerabilidade social para garantir acesso ao ensino remoto, e mantidos os demais auxílios, reforçando a política de permanência estudantil promovida pela USP. Os investimentos em infraestrutura e em contratação de pessoal no Hospital Universitário foram fundamentais para a participação da USP no atendimento ao público durante a grave crise sanitária. No ano de 2021, com a progressiva retomada das atividades presenciais, a USP vem utilizando boa parte desses recursos excedentes, com investimentos de readequação e requalificação de espaços de ensino, pesquisa e extensão, visando o retorno seguro das atividades presenciais.
3. EM QUE PROJETOS VOCÊS PENSAM APLICAR ESSA ECONOMIA REALIZADA?
Os investimentos da Universidade de São Paulo são avaliados numa perspectiva sistêmica por meio de um planejamento que considera um horizonte de 4 anos, onde são contrastadas perspectivas de evolução da cota de arrecadação de ICMS do Estado de São Paulo contra as necessidades de crescimento das despesas com pessoal, custeio e investimentos. Para tanto, são observados os limites impostos pelo orçamento concedido pelo Governo do Estado de São Paulo e os parâmetros de sustentabilidade financeira desenvolvidos pela própria USP. No próximo quadriênio estão previstos investimentos aportados de forma escalonada em: reajuste salarial, progressão de carreira de pessoal docente e técnicos atualização de benefícios suplementares, contratação de pessoal docente e técnicos administrativos, acréscimos na promoção da permanência estudantil e inclusão social e aporte de recursos estratégicos em infraestrutura e equipamentos e projetos específicos direcionados para a manutenção da excelência internacional da USP em ensino, pesquisa e extensão.
4. QUAL É O PAPEL QUE A USP DEVERIA EXERCER PARA A SOCIEDADE E NÃO ESTÁ FAZENDO POR CONTA DAS CIRCUNSTÂNCIAS?
Como todos os segmentos da sociedade, em especial o das universidades públicas, temos ainda muitos desafios. O principal deles é não só levar à sociedade o resultado do nosso trabalho em ensino, pesquisa e extensão, mas principalmente trazer a sociedade para dentro dos nossos Campi para vivenciar estas experiências. Aprimorar mecanismos que viabilizem essa maior aproximação é um dos temas que demandará nosso empenho e esforço. Apesar da grave crise sanitária e da crise no financiamento para pesquisa, a USP se fez presente por meio de atuações diretas nas diferentes áreas do conhecimento, seja desenvolvendo respiradores de baixo custo, tecnologias de apoio aos hospitais, orientação à sociedade por meio de informação qualificada.
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