Artigo do CDMF sobre novo material virucida é destacado como Hot Paper na Nanomaterials

trabalho foi publicado na edição de março do periódico

Por José Angelo Santilli

O artigo de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) intitulado “SiO2-Ag Composite as a Highly Virucidal Material: A Roadmap that Rapidly Eliminates SARS-CoV-2” publicado na revista internacional Nanomaterials (MDPI) foi considerado Hot Paper pela editora, com mais de 1300 downloads até o momento. A publicação foi adicionada à coleção “Nanomaterials for Biomedical Applications” e pode ser acessada de forma gratuita clicando AQUI.

Realizado por uma equipe multidisciplinar liderada pelos pesquisadores Elson Longo, professor do Departamento de Química (DQ) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e diretor do CDMF, Juan Andrés, professor do Departamento de Química Física e Analítica da Universitat Jaume I (UJI), diretor Laboratório de Química Teórica e Computacional (QTC) da UJI e também integrante do CDMF, e Gustavo Simões e Daniel Minozzi, ambos diretores da Nanox Tecnologia, o trabalho descreve um novo material que elimina bactérias, fungos e vírus, com destaque ao SARS-CoV-2, por contato.

A publicação relata os procedimentos experimentais para sua obtenção, a caracterização e as técnicas de teste para confirmar essas atividades. Além disso, as investigações experimentais foram acompanhadas por cálculos e simulações, utilizando métodos e técnicas avançadas da mecânica quântica, que têm permitido propor o mecanismo de ação deste material altamente biocida.

Essas pesquisas, que recentemente também tiveram alguns resultados publicados no periódico Japan Journal of Medical Science, têm sido fundamentais para o projeto e aplicação de novas tecnologias de fabricação de superfícies antivirais para combater a SARS-CoV-2.

Esses esforços resultaram, por exemplo, na produção da primeira máscara de proteção contra a COVID-19 com eficácia de 99% de eliminação do novo coronavírus por contato. Além disso, as partículas antivirais produzidas a atualmente são aplicadas em uma diversa linha de produtos de várias empresas.

Até o momento a tecnologia já foi empregada em 120 mil m2 de tecido, pela Malwee; 500 toneladas de plásticos, pela AlpFilm, Polofilmes e Promaflex; 60 toneladas de papel, pela Irani S/A; um milhão m2 de madeira, pela Duratex e pela Guararapes; e, finalmente, em 8 milhões de m2 de couro, pela JBS – Couros.

Cabe destacar o papel do financiamento público no desenvolvimento dos setores de Ciência e Tecnologia. As pesquisas em questão só foram possíveis devido aos aportes financeiros dos Ministérios da Ciência e Tecnologia da Espanha e do Brasil, da Generalitat Valenciana, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da FAPESP.

O artigo tem como autores Marcelo Assis, Luiz Gustavo P. Simoes, Guilherme C. Tremiliosi, Dyovani Coelho, Daniel T. Minozzi, Renato I. Santos, Daiane C. B. Vilela, Jeziel Rodrigues do Santos, Lara Kelly Ribeiro, Ieda Lucia Viana Rosa, Lucia Helena Mascaro, Juan Andrés e Elson Longo.

No vídeo abaixo dois dos autores do trabalho contam detalhes sobre oa resultados encontrados.

CDMF

CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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