Nova técnica para monitoramento de atrazina em estudos de fotodegradação é tema de artigo publicado por pesquisadores do CDMF

Nova abordagem é mais rápida, apresenta menor custo e não gera resíduos

O pesquisador Ailton José Moreira, pós-doutorando no Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ – UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), é o autor principal do artigo “UV–Vis spectrophotometry coupled to chemometric analysis for the performance evaluation of atrazine photolysis and photocatalysis”, publicado no periódico Environmental Science and Pollution Research.

A pesquisa relatada no artigo teve como objetivo avaliar a utilização de uma nova abordagem de baixo custo e ambientalmente correta para o monitoramento da atrazina (ATZ) em estudos de fotodegradação.

A atrazina é um herbicida com alto potencial de contaminação do ambiente e é amplamente utilizada em culturas de cana-de-açúcar e de milho, além de aplicada preventivamente em gramados em áreas urbanas. Diante disso, estudos relacionados a sua degradação são de extrema importância, como relata Moreira.

Para além disso, o pesquisador reforça também a relevância que as técnicas analíticas utilizadas para o monitoramento para monitorar os compostos químicos presentas nas reações de fotodegradação assumem.

“A cromatografia, por exemplo, é a técnica analítica de referência, inclusive requisitada por periódicos científicos de alto impacto. Porém, é uma técnica menos acessível, requer qualificação do operador e é mais cara”, explica.

Diante disso, a proposta da pesquisa relatada no artigo foi utilizar uma abordagem baseada na quimiometria para tratar espectros de absorção molecular da atrazina obtidos por análises espectrofotométricas na região UV-Vis, levando a resultados sem diferença significativa em relação aos obtidos pelas análises cromatográficas.

De acordo com Moreira, a aplicação da quimiometria se mostra como uma alternativa importante para esse tipo de análise, uma vez que ela apresenta um baixo custo e diminui em 99% o tempo necessário para execução das análises.

“Além disso, essa técnica não gera nenhum tipo de resíduo do processo analítico, atendendo assim os princípios da química verde”, conclui o pesquisador.

O artigo também conta com autoria dos pesquisadores Ernesto Chaves Pereira, Lúcia Helena Mascaro e Dyovani Coelho, também vinculados ao DQ-UFSCar e ao CDMF, Sherlan G. Lemos, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e Gian P. G. Freschi, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal).

Para acessar o trabalho no repositório do CDMF clique AQUI.

CDMF

O CDMF, sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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