Superfícies de platina dopadas com bismuto produzem mais cetona

Experimento foi descrito em artigo na revista ChemCatChem

Um artigo publicado no periódico ChemCatChem demonstrou que as superfícies Pt(111) e Pt(100) podem produzir a cetona através da oxidação do carbono secundário dos polióis. Após a modificação com Bismuto (Bi), a seletividade para a formação de cetona aumentou, ao passo que a superfície Pt(110) pura e modificada com bismuto produziu apenas moléculas C3 oxidadas no carbono primário, única face a mostrar um aumento na atividade devido à modificação.

O trabalho, intitulado “Electro-Oxidation of Polyols on Bi-Modified Pt in Acidic Media (HClO4). Understanding Activity and Selectivity Trends”, é assinado pelos pesquisadores do CDMF Gabriela Volpini Soffiati e Miguel A. San-Miguel, do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ Unicamp), e Edison Z. da Silva do Instituto de Física da mesma universidade, em parceria com o grupo experimentalista liderado pelo Pablo Fernández, também da Unicamp.

De acordo com San Miguel, o objetivo do experimento era determinar se a dopagem de eletrocatalisadores de platina com elementos como o bismuto altera a seletividade na conversão de polióis em compostos de alto valor agregado. “Embora haja alguns relatos na literatura sobre catalisadores de platina dopados com bismuto, este trabalho especificamente demonstra a seletividade na oxidação de glicerol”, explicou.

Os resultados indicam que, embora o uso de dopantes em platinacomo catalisadores não aumente a atividade na oxidação de polióis como o glicerol, a técnica pode ser crucial para direcionar a formação de compostos específicos, o que pode ser aproveitado para transformar produtos de baixo valor provenientes da biomassa em outros de maior valor agregado. O pesquisador explicou ainda que os próximos passos da pesquisa, já em andamento, envolvem estudos com outros dopantes e polióis com cadeias carbonadas mais longas.

CDMF

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