Pesquisadores do Brasil, Espanha e Argentina debatem sensor de monóxido de carbono no Congresso argentino

Na Argentina, há registros de mais de 250 mortes e 2000 intoxicações por ano

Na última quinta-feira, 27 de setembro, a convite do deputado Eduardo Bucca, estiveram no Congresso Nacional Argentino, em Buenos Aires, Elson Longo, Diretor do CDMF e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Juan Andres, professor da Universidade Jaume I (Espanha) e Miguel Ponce, Professor da Universidade de Mar del Plata (Argentina), para apresentar um projeto realizado em cooperação internacional sobre sensores de gases tóxicos e explosivos. Também esteve presente Guillermo Eliçabe (Director INTEMA Mar del Plata).

No Salão Branco do Congresso Nacional da Argentina, os cientistas apresentaram o projeto financiado pela FAPESP e CNPq (Brasil), CONICET (Argentina), Ministério de Ciência, Inverstigación y Universidads (Espanha) e INFN (Itália), que consiste no desenvolvimento de um sistema de interruptor de corte de gás GN ou GE, capaz de interromper o suprimento de gás de uma instalação se uma concentração de CO, GN ou GE for detectada nos ambientes, acima de um nível pré-estabelecido para segurança das pessoas que utilizam estes gases. A importância deste sistema consiste em evitar a toxicidade por inalação de CO e o risco de explosão por GN ou GE.

Autor do projeto de lei, o deputado Eduardo “Bali” Bucca (Justicialista), enfatizou que “o envenenamento por monóxido de carbono é a causa mais frequente de envenenamento tanto em nosso país quanto no mundo. Além de sua alta toxicidade, é extremamente perigoso porque não é detectável pelos sentidos, não anuncia sua presença e é letal”..

O projeto prevê que os aparelhos aquecedores de água – principalmente comerciais e calefactores – tenham um sensor eletrônico de CO do tamanho de um chip, que já está desenvolvido e patenteado pelos pesquisadores. Seu sinal é processado por um circuito que, quando detecta a concentração de CO, produz uma interrupção e corta o fluxo de gás.

Este dispositivo é facilmente instalado em equipamentos de combustão de gases residenciais e industriais. “O mecanismo tem muitos anos de pesquisa, ciência básica e aplicada, o investimento de agências de fomento à pesquisa e das universidades decidiu produzir pensando no bem comum, proteger a saúde da população. Essas intoxicações são evitáveis e no nosso país mais de 250 mortes e 2000 intoxicações são registradas por ano”, concluiu o parlamentar argentino.

No dia da apresentação, Miguel Ponce (CONICET) explicou o desenvolvimento do sensor que controla a produção de monóxido de carbono e solicitou “que seja incluído em todos os equipamentos comerciais.” Ele também falou sobre novos projetos, como medidores manuais de monóxido controlados por Smartphones ou outros aparatos via Bluetooth.

Enquanto isso, Valeria Giarratana contou sua tragédia familiar, como resultado de um vazamento de monóxido de carbono afirmando que é preciso investir na prevenção. Também estiveram presentes os deputados Carlos Selva (FUNA) e Fernanda Raverta (FpV-PJ).

O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela FAPESP. O Centro também recebe investimento do CNPq, a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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