Pesquisador do CDMF apresentará tese sobre “Desenvolvimento de Novas Tecnologias Baseadas em Materiais Biocidas”

O pesquisador do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de São Carlos (PPGQ – UFSCar), Marcelo de Assis, apresenta sua tese intitulada “Desenvolvimento de Novas Tecnologias Baseadas em Materiais Biocidas”, no próximo dia 13 de agosto (sexta-feira).

Orientado pelos professores Elson Longo, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ-UFSCar) e Diretor do CDMF e Jefferson Bettini, do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e com a cotutela dos professores Juan Andrés e Eva Guillamón, ambos da Universitat Jaume I (UJI), da Espanha, a apresentação acontecerá remotamente por meio do Google Meet, no endereço https://meet.google.com/gtr-iyfw-fwo, com início às 9h no horário de Brasília. 

A banca avaliativa será composta pelos docentes e pesquisadores Yara Gobato, do Departamento de Física (DQ) da UFSCar, Mauricio Bomio, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Regina Frem, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e Tatiana Mazzo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Confira abaixo o resumo da tese de Assis:

RESUMO

O surto mundial de pandemia de coronavírus (COVID-19) e outras infecções microbianas emergentes atraíram particular interesse para o design e desenvolvimento de novos agentes biocidas, com um amplo espectro de atividade. Desde então, estratégias eficientes precisam ser implementadas para o diagnóstico rápido, prevenção, controle e tratamento do vírus SARS-CoV-2, suas variantes, e outros patógenos oportunistas. No atual cenário de infecções por SARS-CoV-2, o desafio tecnológico reside no desenvolvimento de sistemas biocidas viáveis economicamente, reutilizáveis e capazes de inativar patógenos oportunistas, reduzindo, assim, o risco de infecção e transmissão. Nesse sentido, materiais a base de Ag utilizados em pequenas quantidades, podem se tornar atrativos para o desenvolvimento de novas tecnologias biocidas. O α-Ag2WO4, que já possui atividade biocida, quando modificado por elétrons ou laser em femtosegundos tem sua atividade biocida aumentada em até 32 vezes, contra bactérias resistentes (Staphylococcus aureus resistente a meticilina) e fungos (Candida albicans) devido à interface metal-semicondutor gerada (Ag/α-Ag2WO4). Além disso, esta modificação faz com que esta interface seja seletiva para no combate de células cancerosas de bexiga (MB49), quando comparadas com células saudáveis (BALB/3T3), utilizando células modelo de camundongos. Outra interface estudada foi a de Ag/SiO2 imobilizada em acetato-vinilo de etileno (EVA) que apresentou inibição de 99.99% de inibição de bactérias (Staphylococcus aureus e Escherichia coli) e fungos (Candida albicans), além de eliminar em apenas 2 minutos mais de 99% das réplicas do vírus SARS-CoV-2. Desta maneira pode-se obter tecnologias biocidas seguras utilizando interfaces metal-semicondutor baseadas em prata, que podem ser aplicadas para o design de equipamentos de proteção individual (EPI), embalagens, tecidos, implementos higiênicos, como implantes e próteses, e outros dispositivos economicamente viáveis para lutar contra o aumento de pandemias e riscos fatais associados a diversos patógenos.

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