LaDiC/CCMC – perspectivas de ex-membros sobre a Difusão Científica – Douglas Baracho

Douglas está no último semestre do curso de Licenciatura em Biologia pela Universidade Federal de São Carlos

O Laboratório de Difusão Científica (LaDiC) do Grupo de Pesquisa Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos (CCMC), entre suas iniciativas de divulgar ciência, também dedicou-se a levar a estudantes do Ensino Médio o conhecimento a respeito dos materiais vítreos, uma das linhas de pesquisa e estudo do CCMC. Foi neste projeto que atuou o ex-aluno de Iniciação Científica do CCMC, Douglas Baracho, quando no ano de 2009, em conjunto com a equipe do LaDiC, desenvolveu um minicurso voltado a adolescentes da rede pública de ensino de São Carlos.

Douglas deu-nos seu depoimento a respeito da experiência adquirida durante o tempo em que estagiou no LaDiC, consolidando seu desejo de ser professor. Acompanhemos a trajetória que seguiu o ex-membro.


Douglas e sua formação profissional

15. Atualmente, Douglas trabalha no Cursinho Pré-Vestibular da UFSCar (CPV/UFSCar). Sua trajetória de formação sempre voltou-se à vocação para a docência. Antes, porém, de dar início à graduação na UFSCar, o ex-membro era aluno do curso de Licenciatura em Ciências Exatas da USP período este em que desenvolveu pesquisa de Iniciação Científica no LaDiC, entre 2009 e 2010.

O trabalho realizado no LaDiC

Motivado para a prática da docência, Douglas chegou ao LaDiC no ano de 2009, permanecendo até o final de 2010. Sua expectativa era aproveitar as oportunidades que o LaDiC oferecia para o exercício de ensinar e divulgar ciência: “Ingressei no laboratório para adquirir experiência e me engajei no projeto sobre materiais vítreos, pois o trabalho que desenvolveria estava voltado para a área de Licenciatura, o que possibilitou uma experiência profissional para meu trabalho futuro. O projeto que desenvolvi no LaDiC foi a montagem de um minicurso sobre materiais vítreos e sua história através do tempo. O minicurso além de abordar o tema vidros, se utilizou da linguagem física e química, sendo um projeto multidisciplinar.”

O trabalho foi elaborado em conjunto com outra aluna de IC do laboratório na época, Ilaiáli Souza Leite, sob a coordenação do Prof. Antonio Carlos Hernandes e da Professora Ariane Baffa Lourenço.

A experiência adquirida no LaDiC

O interesse de Douglas pelos trabalhos que estavam sendo realizados pelo LaDiC no período de sua Iniciação Científica, segundo ele, o motivaram a continuar seguindo os passos da docência: O período de permanência no LaDiC foi de amadurecimento pessoal e profissional. Creio que aprendi a controlar melhor os prazos de entrega de resultados e desenvolvi a minha apresentação verbal em público. Além disso, a apresentação do minicurso solidificou minha vontade de ser professor.

A perspectiva do educador sobre as carências da Difusão Científica nas escolas

Com sua experiência como professor, Douglas deixou-nos sua impressão a respeito da carência de difusão científica entre o público em geral. Em sua visão, há até mesmo um desconhecimento por parte dos estudantes da educação básica sobre o papel da universidade para a sociedade: A divulgação científica é importante para aproximar as pessoas com a universidade. Sempre quando entro em uma sala de aula nova percebo que muitos alunos não possuem perspectiva de entrar na universidade. Essa falta de interesse por parte dos alunos se deve a falta de conhecimento sobre o que se produz na universidade. Na maioria das vezes, a população só conhece sobre o que se pesquisa na faculdade quando temos o produto final da pesquisa e se noticia no jornal. Cabe à divulgação científica abranger a visão da população sobre a universidade e consequentemente despertar o interesse da população pelo universo acadêmico.

A visão de Douglas sobre a importância da Difusão Científica

Em sua experiência no LaDiC, Douglas pôde vivenciar a comunidade não acadêmica aproximando-se da universidade; isto ocorreu em razão do minicurso que elaborou sobre materiais vítreos e sua história ter sido voltado exatamente a comunicar aos estudantes do Ensino Médio da rede pública de ensino de São Carlos, o que o próprio CCMC desenvolvia em uma de suas áreas de pesquisa. O ex-membro deixou-nos sua visão de educador a respeito da Difusão Científica concluindo a entrevista: “A divulgação científica é importante para aproximar as pessoas da cidade (de fora da universidade) com a universidade. Sempre quando entro em uma sala de aula nova percebo que muitos alunos não possuem perspectiva de entrar na universidade. Essa falta de interesse por parte dos alunos se deve a falta de conhecimento sobre o que se produz na universidade. Na maioria das vezes, a população só conhece sobre o que se pesquisa na faculdade quando temos o produto final da pesquisa e se noticia no jornal. Cabe à divulgação científica abranger a visão da população sobre a universidade e consequentemente despertar o interesse da população pelo universo acadêmico. Acredito que o processo de divulgação científica no Brasil é falho,pois as pesquisas não chegam até a população e a meu ver, têm se voltado apenas para a publicação de artigos em revistas, sem buscar atingir a população e fazê-las olhar para o ambiente acadêmico. E essa falha na interligação entre universidade e população é um fator preocupante, pois ao mesmo tempo que as pesquisas dizem que visam modificar a realidade da sociedade, a universidade não busca compreender as necessidades da sua região. Creio que aos poucos, com projetos como o realizado no LaDiC, ocorrerá uma maior abertura para o diálogo entre a população e a universidade.”

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